Em entrevista coletiva, Zoe disse que a Grécia deve auditar a dívida para saber que parte da dívida foi usada para o bem comum e, portanto, é legal e deve ser paga e que parte foi mal gasta e é ilegal. Para ela, a auditoria da dívida "é um dever para com as gerações futuras, que vão ter de pagar sem terem nenhuma responsabilidade [sobre ela]".

Toussaint explicou que os créditos contraídos para pagar contratos fraudulentos são um exemplo da chamada dívida ilegal e apontou os celebrados com a multinacional alemã Siemens, depois de subornos a membros do governo socialista grego. Segundo o cientista político, a comissão de auditoria levará também em conta relatórios da Comissão dos Direitos Humanos ou do Conselho da Europa sobre as consequências dos programas de resgate em matéria de direitos humanos na Grécia.

A comissão, que começará a trabalhar em abril, apresentará o relatório no final de junho, em uma conferência internacional sobre a dívida. "É a primeira comissão de auditoria de dívida a ser formada na Europa", destacou a deputada Sofia Sakorafa, do Syriza, encarregada de comunicar à União Europeia as conclusões da comissão.

Perguntada sobre o procedimento a adotar se parte da dívida for considerada ilegal, Zoe disse que as conclusões serão postas à disposição do parlamento, do governo e da justiça, que "farão o seu dever".