O principal motivo da participação de Obama na reunião cume da Asean (Associação dos Países do Sudeste Asiático), que aconteceu em Camboja, entre os dias 19 e 21 de novembro, foi a tentativa de conter o “expansionismo” chinês aumentando os vínculos com os países da região.
Sob o ponto de vista econômico, o grande problema que o imperialismo enfrenta é o crescente enfraquecimento. Por esse motivo, tem muito pouco a oferecer, além de um certo mercado para as exportações, limitado devido à contração da demanda, e, ao mesmo tempo, com várias facilidades para as multincaionis
A TPP (a Aliança dos Países do Pacífico), incorporando países como o Chile e o México, principalmente este último onde os ataques contra as leis trabalhistas têm escalado, representa uma tentativa de criar alternativas à “locomotiva chinesa”, embora que em menor escala que a Birmânia.
No aspecto militar é onde o imperialismo tem mais a oferecer às burguesias locais, principalmente levando em conta o inevitável ascenso das massas trabalhadoras na região no próximo período.
Os vínculos militares foram aumentados com os governos da Indonésia, Tailândia, Singapura, Vietnam, Filipinas, Coréia do Sul e Japão. Incluíram a circulação da marinha de guerra nas regiões em disputa, no Mar do Sul e no Mar do Leste da China; exercícios militares com vários desses países; acesso facilitado aos portos de Singapura e Vietnam; uma nova base militar no norte da Austrália, apontada em direção à China. No mês passado, aconteceram as maiores manobras multilaterais na região, “Cobra Dourada”, e os militares da Birmânia foram convidados como observadores.
A estratégia militar do imperialismo norte-americano pretende conter as tendências nacionalistas na Ásia, principalmente na região Ásia Pacífico, para onde têm sido direcionado o esforço de guerra. O secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, declarou que o objetivo é enfrentar potências emergentes que estão "testando as regras e as relações internacionais", a começar pela China e a Rússia. Por outra parte, o orçamento militar chinês deverá aumentar de US$ 119,8 bilhões em 2011, para US$ 238,2 bilhões em 2015.
A estratégia militar do Pentágono foi desenhada em 2002, no auge da histeria militarista agressiva, denominada Full Spectrum Dominance (Domínio de Todo o Espectro), que implica no controle do mundo por solo, mar, ar, espaço e ciber-espaço. Por trás, estão os interesses do complexo militar industrial, sempre ávido por aumentar ainda mais a participação no convalescente orçamento público norte-americano. O controle da Birmânia representa, sob este ponto de vista, o bloqueio do caminho da China para dominar o Oceano Índico.
A estratégia militar pode parece um simples “jogo de poder”, ou mesmo algo sem sentido e muito caro. Na verdade, ela representa a evidência de que o controle do mercado mundial é sim um “jogo”, mas reservado para um clube muito seleto, cujo percentual de participação tem sido fixado por meio de muitas guerras que têm custado a vida de centenas de milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, a estratégia funciona como o respaldo repressivo em larga escala na tentativa de sufocar a ferro e fogo o ascenso do movimento revolucionário.