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170912 liderchinesChina - Hoje Macau - O estranho desaparecimento daquele que é apontado por todos como o próximo líder da China, no próximo congresso do Partido Comunista Chinês, está a tornar-se num pesadelo para quem apostava num ano de transição de poder tranquilo, que mostrasse ao resto do mundo uma China estável.


Durante os últimos dias, Xi Jinping faltou pelo menos a três compromissos com altos dirigentes estrangeiros, incluindo os encontros com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, na quarta-feira, e com o primeiro-ministro dinamarquês, na segunda-feira. Até ao momento as autoridades oficiais ainda não deram qualquer explicação sobre o assunto.

As especulações sobre a saúde física (ou política) de Xi Jinping, de 59 anos, começaram a circular vertiginosamente pela internet. Alguns diplomatas afirmam que ouviram dizer que teria contraído uma lesão muscular enquanto nadava. Outros quando jogava futebol. Um órgão de imprensa chinês noticiou que Xi Jinping teria sofrido um acidente de automóvel provocado por um oficial militar partidário de Bo Xilai, numa tentativa de assassiná-lo. Uma outra versão surgiu ainda por parte de um analista político de Pequim, sob anonimato, declarando que Xi teria sofrido um ligeiro ataque cardíaco.

Seja qual for a razão para a ausência de Xi Jinping, a verdade é que, na véspera daquela que é a transição de poder da década, o desaparecimento ganha outra dimensão e afecta a estratégia de quem tinha expectativas de enviar ao povo chinês e ao resto do mundo um sinal de estabilidade. E isso é factual.

Falhas de comunicação

Os analistas que acompanham a política chinesa continuam no entanto a afirmar que a transição deve ocorrer mais ou menos dentro do planeado e que o núcleo da equipa de Xi Jinping começa lentamente a ganhar forma, tal como o alinhamento para o Comité Central, à medida que se aproxima a data do Congresso.

Por outro lado, o panorama começa a ficar bem mais complicado do era esperado. Na passada quarta-feira, alguns diplomatas afirmaram em privado que Xi  estaria com um problema na coluna depois de ter faltado ao encontro com Hillary Clinton e com o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong.

Esta segunda-feira a situação agravou-se. Os jornalistas estrangeiros foram convidados para tirar fotos do encontro de Xi Jinping com o primeiro-ministro dinamarquês. Mais tarde, no entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros negou que esse encontro estivesse agendado e que seriam outras autoridades chinesas a encontrar-se com o primeiro-ministro dinamarquês. “Já dissemos tudo o que tínhamos a dizer”, declarou o porta-voz do ministério, Hong Lei.

O cancelamento de encontros à última hora, com altos representantes estrangeiros, é muito raro na China. Adicionando a falta de quaisquer explicações sobre o assunto e os comentários de analistas e diplomatas sobre ataques cardíacos e problemas musculares, o cenário ganha contornos cada vez mais misteriosos.

Foto antiga

A ausência de Xi Jinping surge num ano particularmente turbulento no sistema político chinês. Na Primavera, o líder Bo Xilai foi demitido dos seus cargos. Depois, a sua mulher foi acusada de homicídio de um empresário britânico, sendo posteriormente condenada à morte, com pena suspensa. O chefe da polícia de Chonqching e braço direito de Bo Xilai, Wang Lijun, viu-se acusado de encobrir o homicídio, entre outros crimes.

Mais recentemente, o chefe de gabinete do actual presidente, Hu Jintao, foi também afastado do cargo, presumivelmente devido ao escândalo que envolveu o seu filho, há cinco meses, quando teve um acidente num Ferrari, em que viajavam com ele duas mulheres semi-nuas.

Outro facto a causar alguma estranheza é não ter sido ainda anunciada a data do congresso do Partido Comunista Chinês.

Para tentar amenizar as preocupações sobre o paradeiro de Xi Jinping, um jornal estatal publicou na segunda-feira, uma reportagem do líder chinês a falar com estudantes numa escola. No entanto, tanto a foto como o discurso referiam-se a 1 de Setembro, último dia em que Xi Jinping foi visto em público.

Foto: Hoje Macau


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