1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (11 Votos)

origensSíria - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A Síria foi criada em 1916 pela Inglaterra e a França como produto do redesenho do Oriente Médio perante o colapso do colonialismo.


Foto: Samuele Ghilardi (CC BY-NC-ND 2.0)

A maior parte do que acabou ficando dentro das fronteiras da Síria era conhecido como o “Levante”. A Síria, até o momento, era apenas uma faixa localizada na costa do Mar Mediterrâneo. Era a primeira vez que a região tornava-se independente desde o século VIII, quando o Califato Umayyad tinha sido derrotado.

A composição da população “síria” é uma miríade de nacionalidades, que, em grande medida, acabam se confundindo com pertenças religiosas, como os alauitas, os sunitas, os cristãos, os druzos, os curdos, as minorias turcas. Uma situação muito similar à que acontece no Líbano.

Os franceses exploraram as contradições e disputas entre as minorias para controlar a região. Mas, a situação foi muito volátil. Quando, por exemplo, favoreceram os maronitas (cristãos), acabaram gerando atritos com os sunitas damascenos, com quem disputavam o controle do comércio. Em 1943, o controle francês do Oriente Médio acabou entrando em colapso. As guerras entre as minorias foram sangrentas.

Hoje, as principais potências regionais que estão envolvidas na Síria são a Arábia Saudita e o Irã, este com a Rússia por trás. O governo da Turquia está empantanado nos conflitos internos, principalmente com os curdos, o que lhe dificulta uma atuação mais determinante. Da mesma maneira, o governo do Egito enfrenta a escalada da desestabilização interna.

As lutas internas deverão continuar no futuro. O mapa do Oriente Médio desenhado pelas potências imperialistas inevitavelmente já não será o mesmo. A estabilidade na região fica cada vez mais precária.

Os alauítas

Os alauitas faziam parte de uma minoria xiita denominada Nusayri, que os franceses rebatizaram de alauitas com o objetivo de usá-la para controlar militarmente a região.

Os alauitas tornaram-se a minoria governante após a Segunda Guerra Mundial com o ascenso do Baathismo, a versão do nacionalismo árabe impulsionada pelo governo egípcio encabeçado por Nasser.

Em 1970, Hazif al-Assad, pai do atual presidente da Síria, Bashar al-Assad, da minoria alauita, encabeçou o movimento que o levou ao poder.

Os alauitas se concentram na região costeira e em Damasco, a capital do país. A defesa natural, ao norte do Líbano, é garantida pela cadeia montanhosa que descende, a partir da Turquia, ao longo do Vale do Rio Orontes, e o Vale da Bekaa, que compartilha com o Líbano. Damasco é uma espécie de fortaleza natural habitada maioritariamente pelos alauitas. O Rio Barada cria um ambiente natural favorável. Duas cadeias montanhosas e o deserto ao leste lhe fornecem proteção natural. O acesso ao Mar Mediterrâneo é garantido através do Líbano, e das estepes semi-áridas de Homs, Hama, Idlib e Aleppo.

Aleppo, a segunda cidade do país, historicamente tem sido dominada a partir da Anatólia, que hoje faz parte da Turquia. Ela é habitada por várias minorias, o que facilitou a atuação dos vários grupos que hoje dominam parte dos bairros e subúrbios.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.