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obama3Estados Unidos - Global Research - [Michel Chossudovsky, tradução do Diário Liberdade] 5 de Setembro de 2013. O que aconteceu com a "guerra contra o terror"?


Os estadunidenses disseram repetidamente que a Al Qaeda, sob o comando do falecido Osama bin Laden, fora a responsável pelos ataques de 11/09.

Elaborada logo após os trágicos acontecimentos de 11 de setembro de 2001, os EUA e seus aliados lançaram a "Guerra Mundial Contra o Terrorismo" direcionada contra as numerosas formações terroristas "jihadistas" afiliadas a Al Qaeda no Oriente Médio, África, Ásia Central e Sudeste Asiático. O primeiro passo da "Guerra Mundial Contra o Terrorismo" foi o bombardeio e a invasão do Afeganistão.

Logo após o 11/09, a "Guerra Contra o Terror" serviu para ofuscar os verdadeiros objetivos estratégicos e políticos por trás das guerras chefiadas pelos EUA no Oriente Médio e na Ásia Central.

A legislação Patriota foi implementada. A doutrina de segurança nacional postulava inequivocamente que a Pátria Americana deveria ser protegida contra os "terroristas islâmicos".

Nos últimos 13 anos, a retórica da guerra contra o terror permeou o discurso político a nível governamental. As ameaças e acontecimentos em que a Al Qaeda estava envolvida eram explicadas – pelos políticos, pela mídia corporativista, por Hollywood e pelos pensadores de Washington – pela resposta padrão "caras malvados", na qual a Al Qaeda ("o inimigo externo dos Estados Unidos") é casualmente e repetidamente apontada como a "causa" dos inúmeros atentados terroristas pelo mundo.

Mas, de alguma forma, nos últimos meses, esse "paradigma da Al Qaeda" mudou. O público estadunidense se torna cada vez mais cético sobre a validade da "guerra contra o terror".

Nesses meses que se passaram, com o desenrolar dos acontecimentos na Síria, algo bastante incomum ocorreu, e isso teve um impacto profundo na percepção e compreensão pública da "guerra contra o terror" promovida por Obama.

O governo dos EUA está aberto e ativamente apoiando a Al Nusrah da Síria, a principal força armada afiliada a Al Qaeda, composta principalmente de mercenários estrangeiros.

O dinheiro dos impostos dos EUA é inexoravelmente canalizado para os "rebeldes". Por sua vez, o Secretário de Estado John Kerry encontra-se com os comandantes rebeldes que supervisionam a entidade afiliada a Al Qaeda.

Isso faz parte de um "novo padrão": a unidade dos opostos, em que "terrorismo" e "contraterrorismo" estão mesclados em um mesmo ponto na política externa?

Isso está "politicamente correto" para um Senador dos EUA, associar-se a líderes de uma organização terrorista, enquanto, ao mesmo tempo, realiza uma operação pela "guerra contra o terror"?

Enquanto para o Secretário de Estado dos EUA isso possa ser um "negócio usual", os militares estadunidenses agora estão se "recusando a lutar" em uma guerra a favor do terrorismo e sob o emblema de "guerra contra o terror".

A canalização de dinheiro e armamentos para a Al Qaeda na Síria é feita "às claras" através do Departamento de Estado dos EUA e do Pentágono, ao invés de através de uma operação secreta da CIA.

John McCain entra ilegalmente na Síria e posa para fotos com os líderes da Al Qaeda.

O movimento dentro das forças armadas dos Estados Unidos

É desnecessário dizer que essa mistura entre políticos e terroristas ataca as bases mais profundas da "guerra contra o terror".

Apesar da maré de desinformação da mídia, as pessoas estão cada vez mais cientes de que estes rebeldes patrocinados pelos EUA não são "revolucionários" e que a ajuda dos militares dos EUA está sendo canalizada para as brigadas terroristas.

Um movimento espontâneo emergiu nas mídias das redes sociais envolvendo membros ativos das forças armadas.

"Eu não lutarei pela Al Qaeda".

"Obama, eu não irei lutar pelos seus rebeldes da Al Qaeda na Síria."

"Nosso governo nos diz que estamos lutando uma guerra contra o terrorismo". Isso é o que foi dito para os novos recrutas das Forças Armadas. "Nós estamos espalhando a democracia através do combate ao terrorismo".

Ainda nos últimos meses, milhares de estadunidenses perceberam o fato de que a administração de Obama está mentindo.

Apoiando os terroristas

Barak Obama e John Kerry não estão lutando contra o terrorismo. É totalmente o oposto: eles estão ativamente apoiando os terroristas da Al Qaeda na Síria, que são os responsáveis pelos mais desprezíveis crimes, assassinatos e atrocidades direcionadas contra a população civil.

Esses crimes têm sido amplamente documentados. Decapitações, execuções de crianças. Os mais macabros massacres.

As brigadas da Al Nusrah realizaram centenas de execuções. Um vídeo publicado recentemente mostra dois jovens garotos sendo executados após a leitura de uma sentença de morte. "No vídeo é possível ver um terrorista lendo a sentença de morte para os garotos, ouvem-se os barulhos de tiros, os garotos caem mortos".

São estas pessoas que o governo dos EUA estão apoiando?

Os terroristas são recrutados diretamente por uma aliança militar ocidental. Eles são treinados na Arábia Saudita e no Qatar com ligação com os EUA e com a OTAN.

Eles são os rebeldes que, de acordo com a CNN, também foram treinados pelas forças especiais do Ocidente no uso de armas químicas. E eles usaram armas químicas contra civis inocentes na Síria.

Os militares são incisivos: "Eu não vou me juntar ao exército para lutar pela Al Qaeda".

"Fomos recrutados para travar uma 'guerra ao terror' e agora nosso governo está trabalhando em colaboração com a Al Qaeda.

O deputado Dennis Kucinich disse: "atacar a Síria tornará os militares dos EUA uma 'Força Aérea da Al Qaeda'".

A ideia que está se espalhando através do território é a de que a administração Obama está apoiando a Al Qaeda.

E é um consenso bipartidário: a liderança republicana no congresso e no senado endossaram o apoio e a ajuda financeira para as brigadas do Al Nusrah na Síria.

Para os olhos da opinião pública, a "Guerra contra o terror" está, por assim dizer, em queda livre.

Quem apoia quem? Quem está travando uma guerra de agressão?

O movimento espontâneo nas forças armadas está baseado na noção de que "o governo dos E.U.A. está apoiando a Al Qaeda".

A mídia corporativista tem falhado ao revelar a natureza do antigo relacionamento entre a Al Qaeda e o governo dos EUA, que remonta a guerra entre os soviéticos e o Afeganistão.

A Al Qaeda – o "inimigo externo dos EUA" –, apontada como arquiteta dos ataques de 11/09, é uma criação da CIA. A Al Qaeda e seus afiliados são citados muitas vezes como "recursos de inteligência".

Desde o início da guerra entre os soviéticos e os afegãos, no início da década de 1980, o aparato de inteligência dos Estados Unidos apoiou a formação de "brigadas islâmicas".

O propósito da propaganda é o de apagar a história da Al Qaeda, submergir a verdade e "matar a evidência" de como esse "inimigo externo" foi fabricado e transformado em um "inimigo número um".

A "guerra contra o terror" não tem como objetivo coibir a "jihad islâmica". O desenvolvimento significativo de um "islã radical" no começo da Guerra Fria é condizente com o programa secreto de Washington. Este último consiste em sustentar, ao invés de combater, o terrorismo internacional, tendo em vista a criação de facções nos países, desestabilizando as sociedades nacionais.

As numerosas entidades afiliadas à Al Qaeda são rotineiramente utilizadas pela CIA em operações secretas. Eles são recrutados, treinados e doutrinados sob a supervisão da CIA e os órgãos equivalentes de inteligência na Arábia Saudita, Paquistão, Qatar e Israel. À revelia do conhecimento da população estadunidense, os EUA têm semeado os ensinamentos da "jihad islâmica" em livros texto "Made in America", desenvolvidos na Universidade de Nebraska.

A Al Qaeda é um recurso de inteligência que serve aos interesses da administração dos EUA.

No que diz respeito à Síria, o governo dos EUA não está "apoiando a Al Qaeda", o que acontece é justamente o oposto, os mercenários da Al Qaeda na Síria, recrutados e treinados na Arábia Saudita e no Qatar, estão "apoiando o governo dos Estados Unidos". Estão sendo usados como um aparato de inteligência militar dos EUA. São assassinos de aluguel.

Suas ações são implementadas como parte de um projeto militar; eles são a infantaria da aliança militar ocidental. As atrocidades cometidas pelos terroristas são o resultado direto do treinamento e doutrinamento paramilitar. O governo dos EUA está por trás desse processo. Obama e o responsável pelos crimes cometidos pelos "rebeldes" contra o povo da Síria.

Observações finais

Nós chegamos a uma importante encruzilhada. A "guerra contra o terror" constitui a pedra angular da propaganda de guerra. Contudo, ao mesmo tempo as mentiras que sustentam a "guerra contra o terror" não são mais confiáveis e a confiança e a efetividade desta campanha de propaganda estão ameaçadas.

Ninguém pode acreditar de maneira razoável em uma "guerra contra o terror" que consiste em canalizar recursos financeiros e armamentos para abastecer terroristas. Não faz sentido.

O "apoio a terroristas", retratados como "revolucionários" não pode ser anunciado como parte de um projeto de política externa, consistindo oficialmente de "seguir atrás dos terroristas".

No entanto, Obama necessita desesperadamente seguir adiante com a "Guerra contra o terrorismo". É a pedra angular da doutrina militar dos EUA. É uma cruzada de escala mundial.

Sem a "Guerra contra o terrorismo", o governo de Obama não possuirá apoio para se manter: Se a doutrina militar colapsar como um castelo de cartas.

Minar a credibilidade da "Guerra contra o Terror" é um poderoso instrumento de contrapropaganda.

Nós pedimos às pessoas por todo o país: mobilizem-se contra a guerra de Obama.

A guerra na Síria é ilegal e criminosa.

A decisão do Presidente e do Comandante em Chefe de apoiar a Al Qaeda na Síria é uma violação às leis internacionais e, inclusive, uma violação às leis antiterroristas dos EUA.

As tropas de coalizão dos EUA têm o dever moral e legal de se recusarem a lutar nesta "guerra humanitária" promovia por Obama na Síria, pois ela consiste em apoiar uma organização terrorista filiada à Al Qaeda.

O Presidente e o Comandante em chefe estão violando descaradamente todos os princípios das leis dos EUA e das leis internacionais. Nestas circunstâncias, jurar "obedecer as ordens do presidente" é equivalente a violar, e não defender, a constituição dos E.U.A.

"A obrigação moral e legal é para com a Constituição dos EUA não para com aqueles que emitirem ordens ilegais, especialmente se essas ordens são uma violação direta da Constituição e da UCMJ (Código Uniforme Militar de Justiça)." (Mosqueda, As tropas dos EUA tem "O Dever de Desobedecer ordens Ilegais" – tradução livre http://www.globalresearch.ca/articles/MOS303A.html)

"Se recusar a lutar" em uma guerra ilegal implica na rejeição da legitimidade do Comandante em Chefe. Isso nega a autoridade do governo de Obama em conduzir uma guerra ilegal e criminosa em nome da população dos Estados Unidos.

A população dos Estados Unidos precisa apoiar os soldados dos EUA que se recusam a lutar em uma guerra ilegal.

Obama é um criminoso de guerra. Ele está apoiando terroristas, que são seus assassinos contratados. De maneira amplamente documentada, os rebeldes da Síria foram treinados para utilizar armas químicas e eles utilizaram armas químicas contra civis inocentes.

A "Guerra contra o Terrorismo" é uma fabricação e uma mentira.

A Guerra é um empreendimento ilegal

De acordo com a jurisprudência de Nuremberg, o crime capital de guerra consiste em começar uma guerra. Obama e os seus pares europeus, inclusive David Cameron e François Hollande, são responsáveis pelo crime supremo: "a guerra contra a paz". Essa guerra é ilegal e desrespeita a decisão do Conselho de Segurança da ONU de intervir nos assuntos internos de um país soberano:

"Todos os membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso de força contra a integridade territorial ou independência política de qualquer Estado, ou de qualquer outra maneira inconsistente aos propósitos das Nações Unidas... Nada contido nessa presente Carta deverá autorizar as Nações Unidas a interferir nas questões que foram essencialmente de jurisdição doméstica de qualquer Estado ou poderá obrigar os membros a submeterem tais assuntos a uma solução sob os termos desta presente Carta" Carta da ONU – 1 Propósitos e Princípios.

 

Traduzido para Diário Liberdade por Evandro R. Saracino

Do link original: http://www.globalresearch.ca/what-happened-to-the-global-war-on-terrorism-the-u-s-is-fighting-for-al-qaeda-in-syria/5348210

 

 


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