Na primeira semana de abril o CNI, segundo fontes da máxima fiabilidade, fazia um relatório para o governo sobre o papel que podiam jogar os estrangeiros (são 7 milhões no Estado espanhol), num processo de tomada de decisão sobre a independência de alguma parte do Estado.
Segundo as minhas fontes, o CNI informava que os estrangeiros comunitários e os não procedentes da hispanofonia eram muito sensíveis aos processos de independência e que simpatizavam demais com esses processos, e que haveria que tomar medidas que lhes deixassem as cousas claras.
Imediatamente aparecia na imprensa que um marroquino firme partidário da independência catalã era expulso a proposta do CNI. E começavam atividades – algumas pouco dissimuladas – a pressionar entre os coletivos de estrangeiros mais favoráveis.
O relatório do CNI recomendava dar a nacionalidade espanhola, sem andar com questiúnculas, a todos os hispano-americanos e sem olhar muito para as normas de cada caso.
Segundo o CNI os hispano-americanos são muito mais mais firmes contra o separatismo que os "próprios espanhóis".
Lembrava o relatório que a demanda contra o catalão, que vinha de chegar aos tribunais, e produzira o surpreendente e incrível auto de que se um só aluno quer o castelhano, há que mudar a língua de toda a turma, fora impulsionada por um casal argentino (apesar de, teoricamente, parte do casal ter ancestrais catalães).
Dizia o relatório que havia que estar a todas as circunstâncias que se pudessem dar. E que o número significativo deles (hispano-americanos) na Catalunha, e o facto de serem os mais beligerantes na defesa supremacista do castelhano, fazia que fosse muito importante tê-los em conta.
O CNI tem muita influência. O governo do premiê Rajoi agachou todo o assunto de nova regulação da nacionalidade, e desde já há algum tempo (segunda quinzena de abril), estão entupidas todas as comissarias do estado, incluídas as da Galiza, num processo de darem a nacionalidade de modo maciço aos hispanófonos (um milhão oitocentas mil pessoas).
Na semana passada vários jornais galegos publicavam (v.g. La Región), a grande diminuição que se está a produzir recentemente no número de imigrantes hispano-americanos na Galiza.
Na sua inocência a imprensa desconhecia que não é que se desse uma volta destes aos seus países de origem, se não que que ao nacionalizá-los deixam de contar como imigrantes. Já mais de 50 por cento obteve ou está muito perto de obter a nacionalidade, e o resto espera obtê-la muito em breve. Isso é o que faz que estejam, como dizia, as comissarias policiais entupidas, nesta regulação pela calada da noite
Na Galiza os hispano-americanos são maioritariamente peruanos e bolivianos, ligados ao trabalho no mar, muitos deles indigenas e com as suas línguas nacionais, porém esforçãm-se para que não as saibam os seus filhos (música comum a submetidos) , e agem com fóbia a respeito do português da Galiza; a eles somam-se argentinos e outros.
A velocidade como se estão a produzir estas cousas no Estado mostra que o governo espanhol quer jogar com todas as cartas do baralho, e que não acredita muito que no quadro do direito internacional seja suficiente a apelação a constituições e leis nascidas da guerra e da violência, pactuadas algo, porém, após o reconhecimento dos ganhos que a fogo e sangue foram conquistados, quer dizer, os direitos históricos (sempre só de Castela-Hespanha).
A cousa fai-se pela calada da noite, pois vai no sentido contrário das directrizes europeis. Os imigrantes mais qualificados que estavam no estado espanhol estão voltando a sua terra ou a outras,acompanhando aos qualificados do estado a emigrarem, entanto consolida-se uma imigração adaptada as novas tabelas salariais e do mercado, de muito faixa formação, justo ao contrário das recomendações europeias para incentivar o desenvolvimento.