Uma equipe de investigadores das Nações Unidas, que inclui especialistas em direitos humanos, foi enviada esta terça-feira para uma missão de dez dias no acampamento de desalojados de Nahibly na Cote d’Ivoire.
Pelo menos sete pessoas morreram e 67 ficaram feridas num ataque que, na última sexta-feira, incendiou completamente o local. Cerca de 5 mil habitantes fugiram em debandada.
Impunidade
Várias agências das Nações Unidas já condenaram o ataque, ocorrido perto da cidade de Duékoué, no leste do país também conhecido por Costa do Marfim.
O Escritório da ONU para os Direitos Humanos defende que, “claramente, o ataque foi etnicamente motivado.” Em nota, é ressaltada a necessidade urgente de combate à impunidade pelas violações ocorridas anteriormente.
Massacres
O pronunciamento lembra que dois massacres ocorreram na área Duékoué-Guiglo no auge da crise pós-eleitoral em março do ano passado. O primeiro teria resultado na morte de cerca de 100 membros da comunidade Dioula e o outro, saldou-se em 244 vítimas mortais, na maioria homens do grupo étnico Guere.
Para o escritório, o ataque ao campo de Nahibly foi, aparentemente, direcionado aos membros da comunidade Guere, acusados pelos Dioula de assalto armado e morte de cinco membros dos Malinké, um subgrupo dos Dioula.
Gravidade
Após sublinhar a gravidade da situação, o representante especial do Secretário-Geral da ONU no país, referiu que forças complementares das Nações Unidas foram implantadas para apoiar as forças governamentais.
O Alto Comissariado da ONU para refugiados, ACNUR, disse ter organizado 16 comboios de viaturas para transportar cerca de 320 pessoas de regresso às suas aldeias de origem.