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110214 Sergei Eisenstein 02Letónia - Opera Mundi - [Max Altman] Diretor morreu devido a um infarto, em Moscou.


Serguei Mikhailovitch Eisenstein, um dos mais importantes cineastas da história do cinema, morre em Moscou em 11 de fevereiro de 1948. Relacionado ao movimento de vanguarda da arte russa, participou ativamente da Revolução Bolchevique de 1917 e da consolidação do cinema como meio de expressão artística.

Notabilizou-se pelos filmes mudos “A Greve”, “O Encouraçado Potemkin” e “Outubro”, bem como os épicos históricos “Alexandre Nevski” e “Ivan o Terrível”. Sua obra influenciou fortemente os primeiros cineastas devido ao uso inovador da montagem.

Eisenstein nasceu em 23 de janeiro de 1898 em Riga, Letônia. Seu pai era arquiteto e pertencia à pequena burguesia. Fez rápidos progressos na escola e aprendeu com facilidade diversas línguas.

Em 1915, ingressa no Instituto de Engenheiros Civis de Petrogrado. Em 1918, abandonando os estudos, alista-se no Exército Vermelho e parte voluntário para o front. As experiências vividas iriam propiciar a eclosão de sua estética, ligada irredutivelmente à política e à sociedade.

Por sua vinculação umbilical com a Revolução Russa e tendo percorrido intensa atividade intelectual e artística, Eisenstein declararia mais tarde: “A Revolução me deu o que de mais caro tenho em minha vida. Ela fez de mim um artista ... e se a Revolução me conduziu à arte, a arte, por seu turno, me levou por completo à Revolução.” De fato, o cinema de Eisenstein carregaria para sempre a marca da Revolução.

Desmobilizado em 1920, torna-se encenador e cenarista de teatro. Estreia no cinema em 1923 com “O Jornal de Glumov”, um pequeno filme burlesco inserido numa representação teatral. Publica no mesmo ano seus primeiros escritos sobre “montagem-atração”. Neles explica a importância da montagem que era amiúde relegada a segundo plano. “A América não compreendeu a montagem como elemento novo, segue honestamente narrativa, mas não construiu seu ‘potencial educativo’ sobre a montagem.”

Inventa então a montagem paralela que consiste em criar uma dinâmica visual pelo choque de dois planos juntos um ao outro. Em outros termos, a linearidade narrativa é desfeita em proveito da experiência sensorial. Passa-se da imagem-tempo, que se baseia numa sucessão de ações lógicas, à imagem-movimento, que permite dinamizar o entrecho e cria um certo desconforto no espectador que se vê desestabilizado pelo ajuste ilógico entre dois planos.

Em 1924, Eisenstein trabalha na montagem da versão russa do Doutor Mabuse de Fritz Lang e realiza seu primeiro longa-metragem, “A Greve”, em que relata uma greve operária numa fábrica tzarista, com a denuncia da exploração dos patrões. Mostra a multidão, voltando-se assim contra o cinema tradicional que punha em cena personagens singulares. Nesta película, consagrada como “poesia de massa”, o personagem central é o povo trabalhador, marcando uma guinada no cinema soviético. O filme aborda ao mesmo tempo um problema social ancorado num contexto histórico preciso, valendo-se de procedimentos puramente cinematográficos que irão fazer evoluir a linguagem.

No ano seguinte roda a sua obra-prima “O Encouraçado Potemkin”,  consagrado pelos críticos como um dos melhores filmes da história do cinema. Relata um acontecimento real, o motim a bordo do encouraçado Príncipe Potemkin em 1905, que desencadeia uma repressão sangrenta do poder tsarista contra os habitantes de Odessa, solidários com os marinheiros. 

Um ano mais tarde estreia “Outubro”, que narra os acontecimentos de 1917, por ocasião do 10º aniversário da Revolução. O filme é a primeira grande produção do realizador. Milhares de figurantes, operários, soldados e marinheiros participaram da rodagem de certas cenas, tais como a tomada do Palácio de Inverno, a intervenção do cruzador Aurora, a manifestação e a fuzilaria sobre a Perspectiva Nevski. Em 1930 se exila no México para rodar o seu “Que Viva México”, que só viria a lume nos anos 1970.

De volta à União Soviética, Eisenstein produz seu primeiro filme falado, “O Prado de Bejin”, que permaneceu inacabado. É vítima pela primeira vez da censura. O filme é proibido e destruído em 1937 por “misticismo e formalismo”. Não obstante, lança-se a um novo projeto, “Alexandre Nevski” (1938). Sofre um controle cerrado dos dirigentes, porém a obra é estreada como filme oficial. Baseado no contraponto de imagens com a música de Prokofiev, o filme brilha igualmente pela reconstituição da Idade Média russa ao século 18.

Em 1948, na madrugada de 10 para 11 de fevereiro, vítima de uma moléstia do coração, Eisenstein sucumbe a um infarto aos 50 anos em Moscou.


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