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La Strada PosterItália - Opera Mundi - Com uma combinação única de sonhos, fantasias e desejos, seus filmes também eram críticos da sociedade.


Federico Fellini, um dos mais importantes cineastas italianos, morre de ataque cardíaco em 31 de outubro de 1993, em Roma, aos 73 anos. Sua esposa, a atriz Giulietta Masina, morreu seis meses depois de câncer de pulmão. Os dois estão enterrados no mesmo túmulo de bronze esculpido por Aldo Pomodoro. Em formato de barco, a tumba está localizada na entrada do cemitério de Rimini, sua cidade natal. O aeroporto de Rimini também recebeu seu nome.

Fellini ficou eternizado pela poesia de seus filmes que, ainda que contendo sérias críticas à sociedade, não deixavam a magia do cinema desaparecer. Em suas películas de estrutura cult fazia críticas ao totalitarismo, ao marxismo, à Igreja Católica, ao capitalismo e à influência norte-americana nos usos e costumes de outros países.

Contou para as trilhas sonoras, na grande maioria das vezes, com o grande compositor Nino Rota.

Trajetória

Fellini, nascido em 20 de janeiro de 1920, filho de família pequeno-burguesa italiana, começou sua carreira como jornalista. Durante o regime fascista, Fellini e seu irmão Riccardo fizeram parte de um grupo fascista, obrigatório para todos os rapazes da Itália: o "Avanguardista".

Ao se mudar para Roma em 1939, conseguiu um trabalho bem remunerado escrevendo artigos para um programa radiofônico satírico, muito popular na época – o Marc’Aurelio. Ao entrevistar o renomado ator Aldo Fabrizi, deu início a uma amizade que o levou ao cinema.

Conhece uma jovem atriz, Giulietta Masina, com quem se casa em 1943. Na mesma época tem outros dois encontros determinantes: Roberto Rossellini e depois Alberto Lattuada. Para o primeiro escreve o roteiro de Roma, ‘‘Cidade Aberta’’ (1945) e para o segundo, ‘‘Sem Piedade’’ (1945). Em 1948, participa do roteiro do filme em episódios de Rossellini e Marcello Pagliero, Amor. Após esse envolvimento com o drama neorealista, Fellini escolhe uma comédia para a sua primeira realização, Abismo de um Sonho (1952), com Alberto Sordi.

Torna-se célebre com ‘‘A Estrada da Vida’’ (La Strada, 1954), obra original que se inscreve no neorealismo que apaixonou o cineasta nos anos 1950. Em ‘‘A Trapaça’’ (1955) e ‘‘Noites de Cabíria’’ (1957), descreve personagens, tirados da vida real, em busca de redenção e de amor.

Em 1960, Fellini provoca escândalo com ‘‘A Doce Vida’’. Marcello Mastroianni interpreta um jornalista decepcionado, preso das torpezas da sociedade em que vive. O filme conquista a Palma de Ouro no Festival de Cannes e marca uma guinada na carreira do realizador quando exprime suas amarguras e angústias.

Roda em seguida o ‘‘Oito ½’’ (1962), filme fantasmagorico em que explora os tormentos da criação e do desejo. Em ‘‘Satyricon’’ (1969), mostra, além do erotismo, a decadência e a agonia do universo. O mundo de Fellini é marcado pela orgia e pelo exagero, povoado de mulheres corpulentas e personagens volúveis.

As obsessões do mestre se explicam em seu interlúdio nostálgico, ‘‘Amarcord’’ (1974). Nesta obra, plena de melancolia e lirismo, Fellini exibe uma galeria de personagens que marcaram sua infância.

Em seguida, dá lugar de novo ao cinismo com ‘‘Casanova’’ (1976), em que desmistifica o legendário sedutor. ‘‘A Cidade das Mulheres’’ (1979), explora o universo feminino entre realidade e sonho. Os dois filmes desvendam um certo pessimismo quanto às relações entre homens e mulheres. Transfigura sua visão trágica da vida e das relações humanas pelos símbolos e a poesia.

‘‘Ginger e Fred’’ (1985) e ‘‘Entrevista’’ (1987) expõem o retrato patético de atores inspirados em Fred Astaire e Ginger Rogers. Nessas duas fitas, aprofunda o tema da passagem do tempo e da velhice. ‘‘Ginger e Fred’’ lhe permite pintar uma sátira à televisão e ‘‘Entrevista’’ evoca a idade de ouro dos lendários estúdios de Cinecittà.

O aclamado Fellini ganhou, entre outros prestiugiosos prêmios, quatro Oscars de Melhor Filme Estrangeiro, a Palma de Ouro no Festival de Cannes com ‘‘A Doce Vida’’, considerado um dos filmes mais importantes do cinema e dos anos 1960. Foi neste filme que surgiu o termo "Paparazzo", um fotógrafo amigo do personagem Marcello Rubini.

Com uma combinação única de memória, sonhos, fantasia e desejo, os filmes de Fellini têm uma profunda visão pessoal da sociedade, não raramente colocando as pessoas em situações bizarras. Existe um termo "Felliniesco" que é empregado para descrever qualquer cena que tenha imagens alucinógenas que invadam uma situação comum.

Grandes cineastas contemporâneos como Woody Allen, David Lynch, Stanley Kubrick, Martin Sdcorcese, Pedro Almodóvar e outros manifestaram publicamente terem recebido grande influência de Fellini em seus trabalhos.


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