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270712 africacinemaPrensa Latina - O chamado a transformar a realidade atual do cinema africano, brasileiro e caribenho, e conseguir uma maior visibilidade de seus produtos, se destacou na República Dominicana em uma reunião internacional sobre o tema.


O desenvolvimento da chamada sétima arte nestas partes do mundo chamou a atenção de representantes de 26 países, que do dia 15 ao 18 deste mês compartilharam nesta capital diversas ideias, experiências e propostas de trabalho.

A ruptura com a indústria cinematográfica dos Estados Unidos é necessária para o avanço de nossos povos, afirmaram participantes do encontro, realizado na sede da Fundação Global Democracia e Desenvolvimento.

Diversas vozes presentes no II Encontro de Cineastas da África, Brasil, Caribe e suas Diásporas (Cinema ABCD) se levantaram para criticar os mecanismos de dominação dos Estados Unidos através de produtos audiovisuais.

Temos que conseguir um maior conhecimento sobre nossa indústria, saber o quê estamos fazendo com nosso próprios esforços e por onde andam aqueles que têm características semelhantes, considerou o surinamês Eddy Winjgarden.

Ante a constante presença de filmes estadunidenses nas salas de cinema e canais de televisão de países latino-americanos e africanos, propôs elevar o número de amostras de filmes de outras geografias.

Winjgarden compartilhou a experiência posta em prática em seu país, onde passam pelo menos 50 obras nacionais ou de produção não estadunidense por semana.

Segundo a brasileira Rose La Creta, a cinematografia de seu país está dominada pelo mercado, que rege as exibições de, majoritariamente, obras estadunidenses.

Entrevistada por Prensa Latina, La Creta destacou que atualmente o Brasil está em uma etapa de resgate de sua produção de filmes para acabar com a queda que teve no começo do atual século.

Há muita transformação agora, pois temos um melhor Ministério de Cultura e conseguimos que as televisoras estrangeiras sejam obrigadas a transmitir conteúdos brasileiros três horas e meia por semana mediante uma lei aprovada ano passado, sublinhou.

É uma vergonha que em nossos países não podemos ver produtos próprios, e por isso, opinou, devemos abrir espaços para defender nossa identidade.

Hollywood não tem que validar nosso trabalho, possuímos nossa própria estética e um público para consumir os produtos que fazemos considerando suas preferências e necessidades, sustentou a estadunidense Michelle Materre.

O também norte-americano Tim Reid comentou que as pessoas de descendência africana lutam uma e outra vez para que suas histórias sejam conhecidas, e nunca deixarão de fazê-lo.

Os resultados deste fórum, apoiado desde sua preparação pelo presidente dominicano, Leonel Fernández, nos levam a outra dimensão com a qual nem sonhamos antes, manifestou à Prensa Latina o cubano Rigoberto López.

Por isso, e frente a tanta riqueza de critérios e propostas, anunciou o presidente do comitê organizador, já podemos falar de um terceiro encontro, que acontecerá ano que vem em Burkina Faso para começar os eventos deste tipo na África.

Nossa ação, indicou López, constitui uma resposta à hegemonia midiática e a possibilidade de atingir uma maior visibilidade "do cinema que fazemos".

Reflexionou que existe uma produção audiovisual padronizada, um subproducto das indústrias pseudoculturais que dominam as telas grandes e pequenas também.

Queremos, enfatizou, que o cinema caribenho, o brasileiro e o africano tenham a possibilidade de ser exibidos e conhecidos pelo público destes lugares.

Em sua opinião, o encontro em Dominicana não foi um evento retórico, de palavras vazias ou especulações, pois "tratamos das traduzir em ações conjuntas para atingir a globalização de nossa obra ante a globalização dominante".

O cinema nacional que é nosso deve ser a contraparte àquele carente de valores e desvinculado das identidades próprias, significou.

Em relação a isso, um funcionário público da Unesco ressaltou o desenvolvimento de vários programas para incentivar as produções audiovisuais locais na América Latina e no Caribe.

Fernando Brugman, diretor do programa cultural da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura desta região, referiu-se aos projetos Câmeras da Diversidade ABCD e Mostra Itinerante de Cinema do Caribe.

Explicou que ambas iniciativas pretendem fortalecer as capacidades das pessoas para produzir enfocando as mulheres indígenas e a juventude.

Achamos que estes dois grupos são a parte mais importante para garantir que exista diversidade nas novas produções, reconheceu.

Manifestou que existe uma grande tendência a olhar para atrás, a se queixar e criticar o que não se tem, sem pensar no que se quer obter no futuro.

Brugman sugeriu incorporar em todos os sistemas educativos a formação audiovisual, pois a seu ver, os programas tradicionais não se adaptam às novas tecnologias de hoje.

Podemos educar às pessoas através do cinema, afirmou antes de sublinhar que os sistemas educativos e as mudanças podem redefinir a forma de pensar de alguém.

Cinema ABCD deu continuidade ao primeiro encontro realizado em Cuba em 2011 com a assistência de nove nações africanas e 18 da América Latina, América do Norte, e Caribe.

* O autor é correspondente da Prensa Latina na República Dominicana.


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