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130613 sisaGrécia - Socialista Morena - Na quarta-feira 29 de maio vazou um relatório confidencial do FMI (Fundo Monetário Internacional) admitindo que o órgão errou grosseiramente na avaliação da crise grega. Estimou para baixo dados de recessão e desemprego.


 A "estratégia" do Fundo de colocar os mais pobres para pagar a conta das crises do capitalismo é velha conhecida dos latino-americanos, e o mesmo está ocorrendo na Europa. A Grécia é hoje o mais sofrido país da zona do Euro. Os suicídios no país cresceram 40% nos últimos anos. Também aumentaram os assassinatos e os infectados por HIV e até malária.

Os países ricos da Europa sempre utilizaram a sigla "PIGS" para se referirem a Portugal, Itália, Espanha e Grécia, como se os quatro fossem a América Latina de lá. Com a criação da União Europeia, estes países viveram durante anos sob a ilusão de terem "virado europeus", mas a realidade se mostra outra com a crise econômica. Me causa particular indignação que, ao mesmo tempo que nutriam seu desprezo pelos "PIGS", os alemães, por exemplo, adoravam curtir as férias justamente neles. Ou seja: enquanto serviam como balneário, estava ótimo. Agora que estão tendo problemas, viraram um estorvo na vida da senhora Angela Merkel.

Obviamente, com a crise, veio outra mazela diretamente ligada ao aumento das doenças infecto-contagiosas: as drogas. A heroína, que se notava nas ruas de várias capitais europeias no passado, com viciados se arrastando pelas sarjetas e pelos metrôs, voltou a fazer vítimas. Mas o pior mesmo é uma novidade, muito mais barata, que está devastando os gregos e que logo certamente se espalhará entre os pobres do continente: Sisa, espécie de crack que se fuma em cachimbo de vidro (ou se injeta), mas que não é subproduto da cocaína e sim um composto de várias substâncias. Em fevereiro do ano passado, em um artigo para o Terra Magazine, o jurista Walter Maierovitch já alertava para o perigo da Sisa:

"Na quebrada Grécia, as organizações criminosas estão ofertando, e o país de origem ainda é desconhecido da Europol (polícia da União Europeia), uma droga composta de detergente e líquido de baterias. A nova droga tem consistência de pedra, como o crack. Mas, atenção: a pedra consumida na Grécia não contém coca como princípio ativo.

Os gregos chamam essa nova droga de Sisa e é aquecida e fumada com o emprego de cachimbos, como se vê na Cracolândia de São Paulo. A Sisa custa dois euros, mas em certas zonas degradadas de Atenas é vendida a 0,50 euros. Numa comparação, o papelote de cocaína, para os helênicos, sai a 5 euros e cada picada de heroína, proveniente do Afeganistão e refinada na Turquia, custa de 20 a 30 euros.

Segundo o Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência, com sede em Lisboa, os efeitos da Sisa são devastadores: 'Comparável a 18 meses de consumo injetável de heroína', informa nota do órgão."

Com a disseminação da droga impulsionada pela crise econômica, a Grécia está virando a cracolândia da Europa. Há três semanas, a revista online Vice publicou uma reportagem sobre a Sisa, que denominou "a cocaína dos pobres":

"Em 2012, Charalampos Poulopoulos, diretor da Kethea, organização antidrogas e de reabilitação mantida pelo governo, publicou uma pesquisa intitulada 'Crise Econômica na Grécia: Riscos e Desafios da Política e Estratégia de Combate às Drogas', para o jornal Drugs and Alcohol Today. Nela, Charalampos detalhou as formas como o desastre econômico grego exacerbou o uso de drogas no país, afirmando que 'as taxas de consumo de drogas e álcool, assim como os problemas de saúde mental associados a isso, devem aumentar enquanto a recessão continuar'. Em sua essência, o relatório oferece dados sobre o óbvio: a instabilidade que resulta de uma pobreza generalizada e em expansão em todo o país leva problemas de saúde, desesperança e automedicação com uso de drogas ilegais.

'Nos últimos dois anos, os usuários de drogas se tornaram mais autodestrutivos', escreveu Charalampos. 'Principalmente na região de Atenas, onde os efeitos da crise econômica são mais óbvios.' Segundo o pesquisador, foi mais ou menos nessa época que a Sisa surgiu no mercado.
O ingrediente básico da Sisa é a metanfetamina. Os dependentes dizem que também pode conter excipientes como ácido de bateria, óleo de motor, xampu e sal de cozinha. 'Não existem dados oficiais sobre isso', disse Charalampos. 'O Laboratório Químico Estatal Geral da Grécia ainda não conseguiu número suficiente de amostras para chegar a nenhuma conclusão.'" (Leia a íntegra da reportagem aqui.)

A Vice também fez este vídeo assustador sobre os efeitos da droga entre os gregos. Quem vai ser responsabilizado por este desastre? O FMI? Imagina.


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