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40812 mudançaEsquerda - [Fabiano Ávila do Instituto CarbonoBrasil] Uma investigação conduzida por Richard Muller, grande crítico das mudanças climáticas, afirma que a temperatura do planeta subiu 1,5°C nos últimos 250 anos e altera completamente a postura do cientista em relação ao aquecimento global.


O físico norte-americano Richard Muller, fundador do projeto Temperatura da Superfície da Terra da Universidade de Berkeley (BEST), era um dos maiores críticos da teoria das mudanças climáticas, sendo sempre citado por outros cientistas céticos ou procurado por meios de comunicação que precisavam de uma fonte para questionar o aquecimento global.

Pois este mesmo Richard Muller acaba de publicar um artigo no New York Timesintitulado "A conversão de um cético das mudanças climáticas", no qual diz ter mudado de ideia devido aos resultados de um estudo conduzido por ele próprio que comprovaria que não apenas o planeta está a aquecer, como também é possível responsabilizar as atividades humanas pelo fenómeno.

"Os nossos resultados mostram que a temperatura média na superfície sólida da Terra subiu 1,5ºC em 250 anos, sendo que 0,9ºC deu-se apenas nos últimos 50 anos. Mais do que isso, é muito provável que essencialmente todo esse aumento foi resultado das emissões humanas de gases de efeito de estufa", escreveu Muller.

Para chegar a essa conclusão, investigadores da Universidade de Berkeley analisaram mais de 14 milhões de medições de temperatura de 44.455 locais do globo iniciadas em 1753.

Bem mais abrangentes e rigorosos que os métodos adotados por entidades como a NASA e o Met Office, os procedimentos dos cientistas de Berkeley foram inteiramente automatizados, justamente para evitar erros humanos ou manipulações. Apesar disso, o BEST chegou às mesmas conclusões de estudos anteriores realizados por estas instituições que já confirmavam o aquecimento global.

"Não estávamos à espera disso, mas como cientistas é nosso dever aceitar os resultados e mudar a nossa postura", afirmou Muller.

O estudo do BEST ainda não foi publicado num periódico cientifico, ou seja, não foi avaliado por outros investigadores. Porém, pode ser acedido gratuitamente no portal do projeto.

Michael Mann, um dos principais nomes por trás da teoria do aquecimento global, formulador do gráfico 'taco de hóquei', que demonstra o aumento acelerado das temperaturas nas últimas décadas, recebeu bem a 'conversão' de Muller.

"Congratulo Muller e os seus colegas por agirem conforme bons cientistas e aceitarem seguir o que suas próprias análises demonstraram, sem se preocupar com as possíveis repercussões políticas das conclusões", escreveu Mann numa rede social.

"É com certa satisfação e ironia que recebemos um estudo financiado pelos irmãos Koch – os maiores apoiantes da negação das mudanças climáticas e da desinformação do planeta – demonstrando o que cientistas já vêm afirmando com confiança à quase duas décadas: que o globo está a aquecer e que esse aumento das temperaturas só pode ser explicado pela maior concentração de gases do efeito de estufa na atmosfera devido às ações humanas", completou o investigador.

Mann está a referir-se à Fundação de Caridade Charles G Koch, fundada pelo magnata da indústria do carvão, que investiu 150 mil dólares no estudo do BEST e que, com certeza, esperava um resultado bem diferente.

De acordo com Muller, o futuro das temperaturas é continuar a subir. "A taxa de aquecimento deve continuar constante, com o planeta a aquecer 1,5ºC nos próximos 50 anos, ou um pouco menos que isso se considerarmos os oceanos. Mas se a China continuar a crescer rapidamente (na média de 10% ao ano nos próximos 20 anos) e continuar a usar vastas quantidades de carvão (somando um novo gigawatt ao ano), então esse mesmo aquecimento dar-se-á em menos de 20 anos", escreveu Muller.

"Espero que a análise de Berkeley ajude no debate científico do aquecimento global e das suas causas humanas. Então virá a parte difícil: concordar no espectro político e diplomático sobre o que pode e deve ser feito", concluiu.


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