1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (0 Votos)

070512 criseTeleSuUR - [Ángel Guerra Cabrera] A profunda crise da economia capitalista mundial não dá tréguas e ameaça aprofundar-se na temida depressão, embora haja autores que dizem que já estamos nela. Em todo caso estamos diante de muito mais do que uma crise estrutural do capitalismo.


Trata-se de uma crise civilizatória que exige transformar radicalmente os padrões culturais e o sistema de produção e consumo, como única forma de preservar a vida da nossa espécie. O capitalismo já ameaçou acabar com a civilização nos terríveis anos de Guerra Mundial entre 1914 e 1945, agravados pela Grande Depressão de 1929, culminando com o genocídio de Hiroshima e Nagasaky. Quem sabe que tragédia aconteceria se o nazismo não tivesse sido derrotado pelo Exército Vermelho.

O transtorno atual teve início em 1973, quando o presidente Richard Nixon causou a queda da economia estadunidense até o abismo, devido aos gastos com a guerra do Vietnã, o aumento nos preços do petróleo e redução dos salários. Unilateral e ditatorialmente desligou o dólar (moeda de troca internacional) do ouro, e o colocou a flutuar. Funcionava assim de acordo com os interesses do capital estadunidense e em detrimento dos demais países, sobretudo dos pobres, seguindo os acordos de Bretton Woods, que pautaram as regras da economia internacional sob a tutela dos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial.

Desde então, Washington entrou em um turbilhão louco de impressão de dólares e dívida sem suporte produtivo, com o qual inundou os circuitos financeiros globais de moeda desvalorizada e realizou a maior fraude da história da humanidade. A especulação financeira tornou-se um lugar muito mais relevante do que a produção e o comércio, a circulação monetária reforçou as políticas neoliberais, experimentadas no Chile sob a ditadura de Pinochet (1973-1990), elevada ao status de dogma de fé mundial pelos governos de Ronald Reagan e Margaret Thatcher(1979-1990).

São estas políticas generalizadas de retração do Estado, contenção salarial, desmantelamento das conquistas dos trabalhadores, livre circulação de capitais, mas não da força de trabalho, privatizações do patrimônio público, socialização das perdas de corporações, especulação sobre os alimentos, influências da degradação ambiental e o início de um novo ciclo de guerras coloniais (Afeganistão, Iraque, Líbia), que levaram ao colapso da economia abertamente manifestado desde o estouro da bolha em Wall Street (2008).

Outra causa fundamental, na ordem geopolítica da enorme ofensiva internacional do capital contra os trabalhadores e os povos oprimidos, citado por alguns autores, foi o colapso da União Soviética e outros países socialistas da Europa do Leste, promovido por graves erros e desvios dos partidos dirigentes, mas portador de experiências valiosas na libertação humana e fator de equilíbrio até o momento na balança internacional de poder. A investida capitalista foi favorecida pelo trauma subjetivo que resultou no desastre inesperado, escavado por uma campanha antissocialista vulgar que dura até hoje e a deserção para as fileiras do liberalismo econômico - apenas sem exceção - das cúpulas socialistas europeias e partidos associados em outros lugares, bem como muitos intelectuais. Enquanto isso, um número de partidos e grupos de orientação Marxista e Socialista têm sido lentos na recuperação do choque e em dar uma leitura correta à nova realidade.

Em 2010 começou na Europa a chamada crise da dívida soberana com graves consequências sociais, acentuadas pelo ultraliberalismo da senhora Merkel. A Espanha entrou de novo em resseção e prevê a queda rápida da importância, o tamanho de sua economia e sua falência não longe, dada a fragilidade dos seus bancos e as medidas de ajustes extremos ordenados por Berlim, aplicada à letra por Mariano Rajoy. Dessa forma, vai arrastar consigo a União Europeia, os Estados Unidos, que sofre essencialmente dos mesmos problemas, abalados pela injeção suicida de liquidez e é, no final, o responsável pela crise. Mas impactará todo o mundo, apesar de haver luz no fim do túnel.

Traducción al portugués: Equipo de redacción en portugués de teleSUR


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.