A declaração foi dada às vésperas das eleições do Parlamento Europeu, para o qual o direitista Le Pen é candidato pelo Frente Nacional. A ideia valeria também para conter o crescimento populacional do mundo, segundo Le Pen.
Diante do “risco de submersão da França pela imigração e à substituição da população pela baixa taxa de natalidade do continente europeu, o vírus, pode regularizar a atual condição europeia”. “Monsenhor Ebola poderia resolver isso em três meses”, disse Le Pen, segundo o The Guardian.
Questionado e acusado de racismo, Le Pen não viu problema algum na declaração: “não vejo como vocês podem polemizar sobre tal assunto. Eu não posso controlar esses fenômenos, mas tento observar quais podem ser os equilíbrios que devemos levar em conta para o amanhã”.
Líder da Frente Nacional desde a fundação do partido, no início dos anos 1970, o reacionário francês renunciou ao cargo em 2011 em favor da filha, Marine Le Pen. Em 2002, Jean-Marie chegou ao segundo turno nas eleições presidenciais, mas perdeu para o então chefe de Estado Jacques Chirac.
Não é a primeira vez que Le Pen é acusado de racismo. Em fevereiro de 2005 um tribunal de Paris decidiu que suas observações sobre os muçulmanos em uma entrevista com Le Monde constituiu um incitamento ao ódio racial e ele foi multado em € 10.000, mais € 5.000 em danos.
A condenação e as multas foram mantidas na apelação. Em 1987, Le Pen disse que apoiou o isolamento forçado de pessoas infectadas com o vírus HIV. Em junho de 1996, ele se queixou de que o time francês de futebol da Copa do Mundo tinha muitos jogadores negros.
O que parece uma maluquice racista isolada, na verdade, é uma força política que está crescendo na Europa, a extrema direta que, calada por anos, viu uma chance de crescimento diante da crise econômica, e resolveu mostrar a cara.
O movimento negro não deve se iludir com a conversa fiada de incautos de que a direita não existe, que não tem risco de golpes etc. Ela está aí apresentando seu programa para a imigração: execução em massa.