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WikiLeaks: Filtrações convenientes aliviam Israel

021210_netanyahuIsrael - IPS - [Trad. do DL - Jerrold Kessel e Pierre Klochendler, de Jerusalém] As reações suscitadas em Israel pelos cabos diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos, filtrados à imprensa nesta semana, tranquilizaram o governo israelense.


Os governantes israelenses respiraram com alívio ao se conhecer os documentos sobre as idas e vindas diplomáticas entre Israel e seu maior aliado após a preocupação e os temores iniciais de que as discrepâncias entre ambos os países ficariam expostas.

"Não há disparidade entre nosso discurso público com Washington e o entendimento mútuo de nossas respectivas posições", declarou o primeiro ministro de Israel, Benjamín Netanyahu, sem ocultar sua satisfação.

O deleite foi maior quando as autoridades israelenses se deram conta de que o mundo árabe coincide com a ideia de que o Irã é a principal ameaça no Oriente Médio.

Entre os mais de 250 mil cabos filtrados por funcionários estadunidenses no sítio de Internet WikiLeaks, que se dedica a publicar informes e documentos confidenciais preservando o anonimato de suas fontes, há alguns que revelam que o rei Abdullah, da Arábia Saudita, urgiu várias vezes a Washington para que atacasse o Irã para destruir seu programa nuclear.

O monarca saudita é só uma das muitas vozes no mundo árabe, segundo os documentos, que reclamam ações mais duras contra o Irã, declarou Netanyahu na terça-feira em conferência à imprensa, o que "prova que Israel não é o único que acredita que esse país é uma grande ameaça para a região", insistiu o primeiro ministro.

"A maior ameaça à paz mundial é que se arme o regime iraniano", remarcou Netanyahu. "Cada vez mais estados, governos e líderes da região entendem que é uma ameaça fundamental", acrescentou.

"Nossas advertências se confirmaram", sublinhou. "Pela primeira vez fica claro que o mundo entende que o Irã, e não Israel, é a maior ameaça para a região", acrescentou.

"Se os governantes do Oriente Médio começaram a dizer em público o que falam em portas fechadas, poderíamos avançar no caminho da paz", pontualizou.

As revelações são uma "corroboração notável do que Israel vem dizendo há anos, que uma aliança árabe moderada está se formando contra o extremismo xiita e contra o Irã, e que o Estado judeu joga um papel secundário nessa batalha", disse à IPS o analista David Landau, em geral um crítico mordaz do primeiro ministro.

Por outro lado, o professor Shimon Shamir, ex-embaixador no Egito, acredita que as filtrações "atentam contra as possibilidades de conter o Irã e os elementos radicais da região".

"As revelações são vergonhosas para o campo árabe moderado, que quer deter o Irã. É verdade que estão urgindo aos Estados Unidos para que tomem uma atitude mais dura em relação às ambições nucleares desse país, mas também lhes preocupa que seus próprios cidadãos acreditem que adotem políticas favoráveis a Washington. Só os debilitará e prejudicará a campanha israelense para frear a República Islâmica", disse à IPS.

Os políticos israelenses estão encantados com a concordância entre suas declarações públicas e as que realizam de portas fechadas, indicou Shamir, mas é inevitável que haja consternação nos Estados árabes pró-ocidentais, cujas contradições foram ventiladas.

O que é vergonhoso para Israel é sua opinião sobre o futuro do presidente palestino Mahmoud Abbas e o da Autoridade Nacional Palestina – ANP – dependem totalmente do apoio israelense.

O cabos filtrados confirmam que Israel tratou de coordenar com a Autoridade Nacional Palestina – ANP – o ataque contra o território palestina de Gaza, em fins de dezembro de 2008 e princípio de 2009.

Os documentos revelam que o ministro de Defesa de Israel, Ehud Barak, buscou o apoio da ANP e do Egito antes de lançar a Operação Chumbo Fundido. O secretário de Estado quis saber se Abbas e o presidente egípcio Hosni Mubarak estariam "dispostos a assumir o controle de Gaza após a derrota do Hamas". Mas ambos se negaram.

Houve certo mal-estar com o comentário de Mubarak de que Netanyahu é "elegante, encantador, mas não cumpre suas promessas".

Mas é uma vergonha menor. "Que há de novo, WikiLeaks? Não necessitamos que Mubarak nos diga que não se pode confiar em Netanyahu", disse o analista Akiva Eldar.

 

Traduzido para o Diário Liberdade por Lucas Morais (@luckaz)

 


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