As autoridades iranianas anunciaram nesta sexta-feira que a usina já passou pelos testes de segurança e está pronta para começar a funcionar. O projeto de construção da usina já se arrastava por décadas. Nos anos 70, a empresa alemã Siemens anunciou a participação de uma central semelhante, mas a Revolução Islâmica, em 1979, e a guerra contra o Iraque, iniciada em 1980, interromperam o avanço do projeto.
Em 1995, a Rússia, aceitou participar da construção na central nuclear às margens do Golfo Pérsico no sudoeste do Irã. Inicialmente, a usina deveria estar pronta em 1999. Com 10 anos de atraso, os russos, enfim, terminaram as obras em fevereiro do ano passado. Segundo a Agência Russa de Energia Atômica, o fornecimento do combustível nuclear pela Rússia "é uma etapa essencial para o funcionamento do reator da primeira central nuclear iraniana".
A cerimônia de ligação da usina terá participação do chefe da Rosatom, Serguei Kirienko, e do diretor da Organização da Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi. Os Estados Unidos, porém, disseram estar preocupados com o funcionamento da central. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que a operação da usina de Bushehr é "precoce". Segundo a chefe da diplomacia americana, o Irã "deveria dar mais garantias para a comunidade internacional" antes de "continuar o seu programa nuclear civil".
Os responsáveis russos, porém, rebateram as críticas. Eles argumentaram que toda a opereção da usina é supervisionada pela Rússia, que é membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas e aliada histórica do Irã, e pela Agência Internacional de Energia Atômica.
O Irã é alvo de várias sanções da ONU. A comunidade internacional desconfia que Teerã deseja aproveitar do desenvolvimento da tecnologia nuclear no país construir armas atômicas.