Segundo o breve texto publicado no seu site, A Nosa Terra ficará "congelado", à espera de "renascer no futuro". Som 104 anos de história que ficam no congelador graças à sua entrega por parte da UPG à burguesa galega representada por San José. Em poucos anos, todo o património de esforço popular ficou reduzido a cinzas, as quais agora serám "congeladas".

Já perdemos a conta da sucessom de meios digitais e impressos galegos desaparecidos e das dezenas de trabalhadoras e trabalhadores mandados para a rua. A nossa solidariedade vai, antes de mais, para todos eles. Em quase todos os casos, a retirada de subsídios públicos por parte do PP foi alegada como o "motivo" que levou a tam dramática situaçom laboral. Também em todos os casos, ficou em evidência a evidência o fraco sustento da rede informativa empresarial galega, altamente dependente das ajudas institucionais, que como bem sabemos som repartidas em funçom de critérios político-propagandísticos.

Isso explica que nem La Voz de Galicia, nem El Correo Gallego, nem negum dos restantes jornais e revistas do espanholismo tenham qualquer problema em manter as suas ediçons impressa e digital. Nom porque tenham um público que sustente os respetivos projetos, mas porque recebem milionários financiamentos por parte das instituiçons públicas, que repartem o dinheiro de todos e todas as galegas aos seus empresários amigos, com critérios totalmente subjetivos, em funçom do apoio na linha editorial de cada um aos partidos governantes ou aspirantes em cada momento.

Ao contrário do que afirma Alfonso Eiré no seu texto de despedida, nom todos os projetos jornalísticos "tenhem umha empresa detrás". Por isso, quando vemos ruir ao nosso redor toda a arquitectura informativa-empresarial do autonomismo galego, devido à falta de subsídios das instituiçons espanholas (Vieiros, GzNacion, Galicia Hoxe, A Peneira, Xornal, ANT, etc), sentimos especial orgulho na resistência de meios modestos como este que estás a ler e que, nascidos e sustentados na vontade de ser do povo galego -como foi durante tantos anos A Nosa Terra-, resistem e avançam com passo firme e à margem das políticas clientelares que sustentam os meios da direita corporativa e pró-espanhola.

Dito o anterior, lamentamos a perda de cada meio de comunicaçom em galego. É umha má notícia à qual só podemos responder com mais trabalho e reclamando ao nosso povo mais apoio para os meios que mantemos a independência da direita e do espanholismo, meios comprometidos com este país e com as suas classes populares, como Novas da Galiza, Galizalivre e, se nos for permitido, também o que navega numha dorna estrelada em vermelho: o Diário Liberdade.