Da mesma forma como ocorreu na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), o apoio ao chamado pequeno e médio empresariado gera polêmica no Psol. Aqueles que defendem as alianças com tais setores são tachados como moderados e reformistas. Enquanto aqueles que defendem um partido “sem patrões” são apontados como estreitos e sectários.
Para Plínio Arruda Sampaio, as alianças com setores do empresariado não são por si só contraditórias em relação ao movimento socialista. Em determinados momentos, elas são necessárias. Mas na atual conjuntura, o dirigente acredita que não há porque fazê-las. “Hoje não temos nenhum interesse em comum com os capitalistas. Só nos interessa a aliança com os socialistas”, avalia.
O pré-candidato Martiniano Cavalcanti considera equivocada a visão de Plínio e defende que o partido tente atrair setores da pequena burguesia e empresários “que tenham contradição com a política econômica”. “Temos que contemplar setores mais amplos do que a esquerda socialista apenas. Em campanha para o governo de São Paulo [em 2006], Plínio falou que não construiria nenhuma casa, porque há milhões de imóveis vazios. Isso gera um conflito com a pequena burguesia, e esse não deve ser nosso objetivo agora. Queremos um embate com o monopólio financeiro”, defende.
Martiniano também critica a proposta de um sistema de saúde 100% estatal, defendida por Babá e Plínio. “Vão proibir um médico de abrir um consultório particular? Isso implicaria um choque com um setor que não é nosso inimigo principal”, acredita.