Com motivo das comemorações da ponte que une Valença e Tui, este ano houve vários atos de um e outro lado do Minho. O mais recente deles, há poucos dias, foi o assinamento de um protocolo de geminação entre ambas as cidades, que visam trabalhar a modo de 'eurocidade'.
A geminação ficou simbolizada com o descerramento de uma lápide na ponte. Da Câmara municipal valenciana salientaram que o estabelecimento de laços de geminação entre as duas cidades «decorre da existência de caraterísticas semelhantes e de pontos e referências históricas comuns». Uma intenção que procura, ainda, «aprofundar e institucionalizar as relações de amizade, solidariedade e intercâmbio, estabelecendo mecanismos protocolares, essencialmente aos níveis económico, social e cultural».
Concretizar um projeto de eurocidade seria, em opinião do autarca valenciano, Jorge Salgueiro Mendes, «uma mais valia para Valença e Tui, mas, também, para todo o Noroeste Peninsular e um exemplo de cooperação para a Europa, no âmbito do espírito de cidadania europeia». Os núcleos urbanos da portuguesa Valença e o galego Tui são contíguos, separados pelo Minho, mas unidos por duas pontes. As relações económicas, culturais e desportivas são «intensas», com vários equipamentos e serviços de uso comum, como por exemplo «a Piscina Municipal de Valença e o Teatro Municipal de Tui», citou o presidente da Câmara.
Fugida da imposição do espanhol
Mas há outros vínculos, talvez menos conhecidos, que unem as duas localidades. Trata-se de experiências de galegas e galegos que têm visto em Valença, e em geral no norte de Portugal, uma via para, em certo modo, 'fugir' da imposição do espanhol na Galiza. Segundo reportagem publicada pelo mensal Novas da Galiza em outubro de 2010 som várias as famílias galegas a educarem as crianças a sul do Minho.