"Alerta, alerta, alerta que caminha, vem a marcha das putas por toda a América Latina", foi um dos gritos de ordem das participantes que percorreram mais de cinco quilômetros pelo Paseo de La Reforma. "Não vamos permitir que nos maltrate mais, que nos denigra mais pelo simples fato de nos vestir como nos der na telha (...) é uma maneira de expressão e nenhuma instituição ou Governo ou homem pode nos proibir", disse à Agência Efe Edith Estrada, ativista da organização Proyecto 21.
"O abuso sexual e as relações desiguais de poder desbarataram o tecido social", declarou o ativista Fernando Chávez ao encerrar a passeata com uma proclamação para rejeitar a "estigmatização" pela forma de se vestir, assim como o assédio e a violência de gênero.
A "Marcha das Putas" faz parte de um movimento internacional que começou quando um policial de Toronto disse que as mulheres "não devem se vestir como vagabundas" se não quiserem ser vítimas de violência.
De acordo com diversos organismos civis, a violência de gênero aumentou nos últimos anos no México em até 30% e, segundo seus números, cerca de 1,2 mil mulheres são atendidas anualmente por sofrer algum tipo de violência em casa ou mesmo no trabalho. "Digamos 'basta' em solidariedade às mulheres", disse a ativista Icec Vega. Números oficiais no México indicam que durante o período 1999-2005 mais de 6 mil meninas e mulheres morreram vítimas de violência sexual.