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BaXAEnMIUAAoW0xGaliza - Nós-UP - Reproduzimos a intervençom da re-eleita porta-voz nacional Rebeca Bravo no ato de encerramento da VII Assembleia Nacional de NÓS-Unidade Popular, que decorreu o passado sábado em Teu, Comarca de Compostela.


Discurso de encerramento da VII Assembleia Nacional de NÓS-UP da porta-voz nacional Rebeca Bravo

Montouto, Cacheiras, Teu, 30 de novembro de 2013

Boa tarde companheiras e companheiros,

Boa tarde amigas e amigos da Unidade Popular,

Saúdo revolucionário, independentista, feminista e socialista às delegaçons convidadas que hoje nos acompanhades nesta VII Assembleia Nacional.

Para mim é umha grande alegria e um grande orgulho clausurar a VII Assembleia Nacional de NÓS-UP, após ser referendada de novo pola militáncia e ser reeleita porta-voz nacional.

É umha enorme satisfaçom encabeçar a Unidade Popular compartilhando militáncia com o Maurício Castro, com a Noa Rios Bergantinhos, com o Bruno Lopes Teixeiro, o Iago Moreno, a Helena Embade, o Abraám Alonso, o José Cadaveira, o Telmo Varela e tantas outras companheiras hoje aqui presentes, e muitas outras que por diversos motivos nom nos podem acompanhar.

Satisfaçom e orgulho de formar parte dumha força política única neste país, que combina a melhor tradiçom de combate do Povo Galego com as mais elaboradas achegas das luitas mais recentes, que conjuga as experiências de veteranas militantes com as da juventude que se incorporou à luita contra Feijó e Rajói.

Todas as Assembleias Nacionais som importantes, porém esta, a nossa VII Assembleia Nacional -que por umha casualidade histórica tem lugar no mesmo dia em que há 13 anos era apresentado o Processo Espiral, aquela original iniciativa que deu lugar a nossa configuraçom-, adquire umha releváncia especial, pois atingimos a fase da madurez e da consolidaçom após um quinquénio convulso no campo da esquerda independentista e da esquerda nacionalista, onde refundaçons, unidades, recomposiçons, cisons ... contínuas turbulências nom evitárom desviar-nos da rota traçada pola Unidade Popular.

Hoje demos umha liçom de unidade e de coesom na diversidade, de debate fraterno e respeituoso, de disciplina revolucionária, de transparência, que já gostariam muitas forças que hipocritamente apelam a novas éticas mas que tam só som virtuais eslogans carregados das mais nocivas e velhas práticas da cínica política espetáculo burguesa.

Companheiras e companheiros, na Unidade Popular nem cedemos às chantagens, nem nos submetemos às pressons, nem nos deixamos embaucar polos cantos de sereia do velho reformismo de fachada radical. Mantivemos bem agarrado o leme do nosso navio e entre forte maré atravessamos a tempestade que nom todos lográrom superar sem graves danos.

Estudamos bem as cartas náuticas, experimentamos um novo molelo organizativo, incorporamos nova tripulaçom e mais elaborados petrechos políticos. Sempre sem soltarmos lastro ideológico que naquele último grande porto onde arribamos, chamado Salvaterra de Minho, adequadamente definimos como firmeza nos princípios.

E por isso, hoje e aqui, estamos mais fortes, mais seguras, mais preparadas, mais decididas, para sermos úteis o nosso povo e à nossa classe.

Por isso queremos abrirmos de par em par as portas da Unidade Popular a todas aquelas mulheres e homens dispostas a luitar pola liberdade desta Pátria imensa denominada Galiza, desde as trincheiras do independentismo socialista e feminista.

Fago, fazemos pois, um apelo a reincorporar-se à Unidade Popular a todas aquelas companheiras e companheiros que por mil motivos nestes quase treze anos de trajeto optárom por abandonar a militáncia política ativa. Ofertamos esta ferramenta de intervençom sociopolítica a toda independentista de esquerda que queira entregar o seu tempo, a sua inteligência e talento em troca exclusiva da satisfaçom pessoal do dever cumprido com a Pátria e as maiorias sociais.

Na Unidade Popular ninguém achará privilégios, salários auxiliares, prebendas, dietas, flashes ou trampolins para horizontes mais altos. Aqui só atoparades sacrifícios, honradez, entrega, altruísmo, entusiasmo e fervor revolucionário. Eis o que podemos ofertar-vos: um lugar para luitar de forma organizada pola liberdade da Galiza e a emancipaçom do povo trabalhador.

A realidade que nos toca viver é muito mais complexa que um tweet. Nom podemos analisá-la em tam só 140 carateres. Mas coletivamente sim devemos ter a capacidade de simplificar a nossa mensagem insurgente para chegar a mais povo, para fazé-la mais compreensível aos setores mais avançados da classe trabalhadora, das mulheres e da juventude. Temos que seguir polindo o nosso discurso para fazer mais sedutora a nossa alternativa ruturista e revolucionária.

Eis um dos nossos reptos imediatos: alargar a teia de aranha do Movimento de Libertaçom Nacional Galego, sem renunciar os princípios, sem rebaixar o programa político plasmado no PRTP, sem concessons nem capitulaçons.

Sempre com independência tal como convocamos esta VII Assembleia Nacional.

Somos e sempre fomos independentistas, nunca o negamos nem o maquilhamos, mas também sempre tivemos e temos a determinaçom de seguir construindo um movimento sociopolítico específico, claramente diferenciado das outras duas grandes expressons da esquerda nacionalista.

Temos a firme vontade de crescermos sem complexos nem timoratismos.

Sendo o que somos, nom queremos renunciar a seguir sendo: umha alternativa sem homologaçons do regime, nem o aplauso do patronato, da lumpemburguesia autótone, da cúria da igreja católica, da polícia e da Uniom Europeia. Nom buscamos nem queremos os seus aplausos. Todos eles som os nossos adversários e inimigos!

A esquerda independentista nom tem vocaçom marginal e muito menos residual. Estamos convencidas de que o nosso projeto é a melhor alternativa para evitar que a Galiza e a sua maioria social continue avançando face o precípício a que nos conduz o capitalismo espanhol.

Como bem escrevia desde Oleiros o companheiro Ramiro Vidal Alvarinho, numha das suas lúcidas colunas de opiniom, o nosso problema chama-se Espanha e a nossa soluçom independência.

Sim, companheiras e companheiros, a única forma de construirmos umha sociedade nova, de mulheres e homens livres e emancipadas, sem classes sociais, sem desigualdades nem opressons, sem machismo nem patriarcado, é conquistando a soberania e a independência nacional da Galiza no quadro dumha estratégia socialista e feminista.

Nom é possível fazer frente os demoledores efeitos da ofensiva brutal da oligarquia e do imperialismo contra o nosso povo no quadro espanhol. É umha fraude imensa, um colossal engano todos esses discursos da esquerda espanhola que, incorporando ao seu programa como mero elemento decorativo o direito de autodeterminaçom, nada fam para exercé-lo.

Umha falsa esquerda que com a sua prática tam só colabora em reforçar idêntico paradigma que defendem os partidos do regime, chamem-se PP, PSOE, IU ou UPyD. Embora se autodenominem marxistas-leninistas som organizaçons contrarrevolucionárias, pois reforçam o imperialismo espanhol e o modelo da UE dos Estados.

A esquerda independentista de matriz socialista e feminista é a única alternativa genuinamente revolucionária deste país. Reforçá-la é pois umha necessidade.

Assim, companheiras e companheiros, nós nom queremos unicamente sair da crise na que nos meteu a oligarquia espanhola, queremos sair do capitalismo e abandonar o espartilho espanhol derivado da doma e castraçom da Galiza.

E sabemos que isto nom vai ser possível mediante a alternáncia eleitoral numha democracia corrupta em plena deriva autoritária. A democracia espanhola nunca vai permitir a conquista da nossa independência rumo o socialismo mediante umha maioria aritmética parlamentar. Nem a oligarquia espanhola, nem a da UE, nem o conjunto do imperialismo permitem a emancipaçom dos povos empregando as suas regras de jogo.

A alternativa que este povo necessita e deseja, emanará das barricadas de coraçom e lume que esporádica e intermitentemente nos mostra o proletariado de Ferrol e Vigo, dos desesperados protestos de quem perde um emprego de miséria, a sua casa, os aforros de toda umha vida de suor, e se debate entre viver na pobreza na sua terra ou procurar um novo mencer mais alá das terras do Mançanal e Cabeça de Égua.

A alternativa, companheiras e companheiros, nom será fruto de oportunistas e mesquinhos curtoprazismos eleitorais. Emanará da unidade e combatividade do proletariado, da juventude e do conjunto das camadas populares tal como inconscientemente se ensaia nas greves gerais.

A alternativa, companheiras e companheiros emergerá do cansanço e da raiva, do cólera perante o horizonte de miséria a que nos condenam, será fruto da insurreiçom deste povo.

Nom temos que retrotrair-nos à experiência de 1936, nem à do Chile de Allende para constatá-lo. A fraude maciça que furtou a presidência das Honduras à Xiomara Castro há uns dias, exemplifica como nunca vam permitir o triunfo nas urnas dum movimento popular que pretende realizar mudanças estruturais que impossibilitem perpetuar as máfias que nos roubam e saqueiam.

Erram pois quem teimam em lavar a cara do PSOE que nega a Galiza, que coincide plenamente com o PP na imposiçom do neoliberalismo selvagem, na continuidade do patriarcado, na espanholizaçom do país, no corte de liberdades e direitos, no incremento da repressom.

Companheiras e companheiros, a palavra de ordem "PSOE-PP a mesma merda é" segue plenamente vigente.

Que mais dá Paco Vazquez, Tourinho, Abel Caballero, Pachi Vázquez ou Besteiro!!. Som todos responsáveis de que trabalhemos mais horas por menos salário, da privatizaçom da sanidade e da educaçom, do desemprego, da emigraçom, do retrocesso nas liberdades, responsáveis pola desesperaçom em que vivemos!!

A alternativa ao PP de Rajói e Feijó nom se tece procurando aliados no PSOE nem na esquerda socialdemocrata espanhola que pretende ocupar o seu espaço.

A alternativa, companheiras e companheiros, surgirá das ruas, está-se incubando de forma contraditória e silenciosa nos centros e trabalho e ensino, será resultado da combinaçom da imensa força dum povo organizado e em luita, da unidade de açom entre as forças políticas e sociais da esquerda patriótica que procuram sem enganos umha alternativa integral ao regime pós-franquista espanhol.

E para que isto seja umha realidade, nom só há que agir com generosidade mútua, é necessário coerência e factos que contribuam a construir no dia a dia esse espaço que gere confiança e esperança no nosso povo.

Porque, companheiras e companheiros, a imensa maioria das nossas compatriotas sabem o que nom querem, sabem que nom querem desemprego, que nom querem copagamento farmaceutico, que nom querem emigraçom, que nom querem repressom, que nom querem dificuldades para chegar a fim de mês, ... sabem, ao igual que nós, que o que hoje oferta o capitalismo nom serve.

Porém, a diferença entre o povo indignado do qual formamos parte e a militáncia revolucionária que nós representamos, é que nós sim temos umha alternativa a este presente de miséria e desolaçom. Eis a diferença qualitativa que nos converte numha organizaçom de vanguarda: temos traçados os parámetros desse mundo polo que sonham a maioria das galegas e galegos, mas que ainda nom sabem plasmar nem concretizar.

Falamos da República Socialista Galega à que entregou a sua vida Benigno Álvares, O Piloto, Henriqueta Outeiro, Moncho Reboiras, Lola Castro e José Vilar. Essa sociedade pola que luitárom Marx, Lenine, Alexandra Kollontai, Clara Zetkin e o Che.

Muita gente desinformada e modelada polos donos da imprensa espanhola e burguesa que desvertebra o país, podem pensar que isto é umha convençom de red vintage.

Erram parcialmente, pois sim somos red, somos very red, sim!, somos vermelhas por fora e por dentro!, e também somos e temos qualidade, mas o nosso discurso e o nosso projeto nom está descatalogado, é de e para o século XXI.

Somos umha força subversiva e antagónica que nem se vai submeter ao politicamente correto nem deixar-se domesticar. Que ninguém o duvide!!

Nós temos vocaçom de vitória. Queremos e estamos convencidas que a Galiza e o seu povo trabalhador vamos ganhar-lhe a Espanha, ao capitalismo e ao patriarcado.

Por isso, hoje e aqui, entre as casas de Ribeira e o cimo de Montouto – onde naquele fatídico 23 de abril de 1846 som derrotadas militarmente pola superioridade dos efetivos espanhóis as tropas da Pátria sob as ordens do marechal de campo Miguel Solis, comandante do exército da Junta Superior do Governo da Galiza – juramos solenemente que a nossa luita é para vencer.

Levantamos pois, a espada insurreta de Solis e a pena sublevada de Antolim Faraldo, para mais umha vez proclamar e atualizar a declaraçom revolucionária afogada por Espanha em sangue em Carral, que nom estamos dispostas, 167 anos depois, a que a Galiza siga arrastando umha "existência oprobiosa, convertida numha verdadeira colónia da corte" e que faremos todo o que esteja ao nosso alcance para que se levante da sua "humilhaçom e abatimento".

Companheiras e companheiros, a Espanha que denunciava o movimento provincialista é a mesma que nos trata como se fossemos umha mina de Katanga, a mesma Espanha que nos humilha sem condenar ninguém pola desfeita ambiental e económica provocada polo Prestige, a mesma Espanha que nom investe em medidas de segurança nos caminhos de ferro provocando a catástrofe de Angrois, a mesma Espanha que força a expulsom das nossas geraçons mais preparadas à emigraçom, que acelera o declive demográfico, que desmantela um a um os nossos setores produtivos (a indústria naval, a conserveira, a têxtil), a mesma Espanha que impossibilita a nossa soberania alimentar esnaquizando o setor agrícola e ganadeiro.

Em Espanha nom só nom temos futuro. Espanha é a nossa ruína!!

Nom quero finalizar esta intervençom sem lembrar os presos políticos galegos, sem denunciar o maltrato a que som submetidos por defender a liberdade da Pátria, sem enviar desde aqui o nosso apoio e alento.

Como tampouco quero fechar esta VII Assembleia Nacional da Unidade Popular sem lembrar um companheiro que já nom está connosco, sem lembrar o Manolo Soto de Salvaterra. Para ele nem um minuto de silêncio, toda umha vida de combate.

Companheiras e companheiros, chegamos pois ao fim dum processo frutífero de análise, avaliaçom, debate e síntese. Aguardamos que as conclusons desta VII Assembleia Nacional sirvam para fazer avançar a nossa alternativa revolucionária e portanto a luita de libertaçom nacional e social de género do povo galego.

Viva a Unidade Popular!!!

Viva a Galiza ceive!

Viva a Galiza socialista!

Viva a Galiza feminista!

Denantes mortas que escravas!


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