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191015 aramefarpadoGaliza - Diário Liberdade - A pedido do autor, reproduzimos o "comunicado público" remetido por Diego Santim, jovem viguês que no dia 20 de outubro entrará em prisom para completar o que lhe resta da condena a três anos imposta pola Audiência Nacional espanhola.


Respostar à repressom, conservar a dignidade

[Diego Santim] Sempre que um povo alça a voz contra o sistema estabelecido este contesta coas múltiplas formas de repressom contra qualquer elemento “demasiado” discordante.

Desde “pequenas” sançons económicas por se manifestar a, por exemplo, estudantes em greve que, na maioria dos casos, receveram umha dose extra de repressom na casa. Pasando por sançons económicas esaxeradas e “pequenos” procesos penais a, por exemplo, afeccionados de fútebol por se expressarem livremente nas bancadas ou a sindicalistas decentes por fecharem comércios em dias de greve. E chegando a utilizar a violência contra o povo nas suas múltiplas formas: malheiras de antidistúrbios a manifestantes indefesos, agressons e torturas psicológicas nos calabouços, sacar os tanques à rua se for preciso pola unidade territorial, etc.

O sistema tem tantos e tam diversos recursos e ferramentas que pode escolher á vontade segundo lhe pete. O povo só tem umha ferramenta para contestar a esta repressom, a sua voz, a voz da solidariedade do povo com quem som e fôrom “castigados”. Castigados por nom se calar, por nom se deixar escraviçar, por nom acatar leis injustas ou por milheiros de exemplos mais de dignidade que há, houvo e haverá neste país.

Eu som obreiro, galego e independentista e sofrim a repressom em várias ocasions. Desde os 15 anos e com militáncia ativa até os 23 recebim umha dezena de “pequenas” sançons económicas. Com 17 anos recebim umha visita do “ministério de interior” para que os começasse a informar sobre pessoas “perigosas” a cambio de perdoar multas e sufragar possíveis gastos. Naquela manhá, em que me dirigia à universidade, fum testemunha de como funcionam os sumidoiros do Estado espanhol. Após aquele contacto e, ao te-lo feito público o organismo anti-repressivo Ceivar, nom recebim mais.

Além das sançons económicas ou da oferta de infiltraçom, em setembro de 2012 fum “seqüestrado” pola GC em Vigo e, após 80 horas nas suas maos, ingressei em prissom preventiva durante 150 dias. Recalco as 80 horas à vontade dos meus captores ja que nom som comparáveis á estáncia em prisom. A situaçom dumha pessoa detida baixo o amparo esquizofrénico da lei anti-terrorista e a impunidade outorgada polos juizes da AN é umha situaçom límite tanto física como psicologicamente. A detençom incomunicada é o primeiro “agasalho” da lei anti-terrorista ja que umha vez em prisom som implementadas restriçons coma o isolamento, limitaçom e control das comunicaçons, limitaçom das horas de pátio... justificadas sempre pola natureza política do delito cometido. A situaçom que sofrim eu pessoalmente só a conheço eu, mas, em resumo, poderia dizer que o límite de sofrimento suportável polo ser humano é muito alto e, ainda sendo muito alto, no meu caso fórom quem de chegar e superalo.

De facto, ainda que tentei levar um encerro digno e militante, renunciei ao advogado que solidariamente me proporcionara o organismo anti-repressivo confiando a minha defesa num advogado que prioriçou os interesses do aparato repressor ante os de seu cliente. Atuei de forma indigna diante do juiz da AN numha declaraçom voluntária em dezembro de 2012 a qual meu advogado guiou fazendo da declaraçom praticamente um ditado seu no meu nome sem eu ser quem de lhe pôr fim. Após várias açons pouco claras e com o cúlmen desta declaraçom pudem ver nítidamente que tipo de pessoa era o encarregado da minha defesa e só tinha duas saídas: seguir pola senda marcada por ele da via individual e egoísta ou repor forças e recuperar o controlo da minha defesa. A decisom veu marcada polo exemplo de anteriores militantes presos que fórom quem de manter a dignidade ante tudo ja que na Galiza há tanto exemplos atuais coma pretéritos de galegos e galegas orgulhosos e valentes. No concreto pesárom muito em mim exemplos atuais de companheir@s que pudem conhecer na militáncia e atualmente continuam a luita nas prissons espanholas organizad@s no CPIG.

Após dous anos da detençom e com a teima de recuperar a dignidade fum julgado em outubro de 2014 na AN, defendido por um advogado decente e leal. Assumim ser independentista e a minha colaboraçom (já provada) com XRO. Também respostei á defesa de HNG ja que eu nom o conhecia até que ingressamos juntos em prissom. Após a condena da AN a 3 anos de cadeia veu o recurso ao TS, que resolveu em setembro de 2015 o meu ingresso em prisom.

Em 2015 e pasados ja vários anos dos feitos a “justiça” espanhola da AN respaldada polo TS cobra umha pequena dívida mais. Pequena em comparaçom com companheir@s galeg@s de ontem e hoje que resistem dia após dia neses centros de extermínio da condiçom humana chamados prissons. Companheir@s que sofrem a disperssom sistemática com que o Estado espanhol engade sofrimento ás famílias e amizades.

Pessoalmente afronto esta segunda etapa em prisom com a sabedoria que aporta a experiência e a inteireza e seguridade que aporta manter a dignidade ante tudo. Mantendo as reivindicaçons do CPIG, é dizer, as reivindicaçons dos direitos coma presos políticos que tan dignamente mantenhem a maioria de galegos e galegas encarcerados por motivos políticos mantense a luita do povo galego e a dignidade militante. A via individual somente favorece os interesses do aparato opressor ja que saem perdendo tanto o indivíduo como o movimento.

Antes de rematar, cito a Martin Luther King que dixo: “A grande tragédia nom é a opressom e a crueldade da gente mala, senom o silêncio da gente boa”. A voz solidária do povo é a única ferramenta contra qualquer tipo de repressom do sistema. Nom resta mais que repetir até o final que o povo vencerá e a súa solidariedade é imparável.

Viva a Galiza Ceive
DMQE


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