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230712 transporteGaliza - NÓS-UP - Reproduzimos entrevista a Joaquim Campanha Carrilho, trabalhador do transporte de passageir@s publicada no último número de O Pedroso.


Quais som as condiçons laborais do setor?

Desde que comecei a trabalhar em 1985 perdemos praticamente todos os direitos adquiridos em décadas de luita. De jornadas laborais de 9 horas passámos a jornadas de 12 horas; os direitos sindicais som quase um belo recordo do passado. Antes pagavam ajudas de custo de comidas, agora só entre as 13 e as 15 horas. Também suprimírom os abonos de noturnidade, de produçom.

Agora os choferes temos que limpar os autocarros e responsabilizar-nos de encher o depósito de combustível na garagem. Antes destas tarefas encarregavam-se outros trabalhadores da empresa.

Nestes últimos anos fomos progressivamente perdendo poder aquisitivo. E agora o patronato pretende congelar os abonos de noturnidade e antigüidade, além do salário, nos vindouros dous anos. Até ameaçárom com baixar 15% dos salários justificando a queda elevada de viageir@s provocada pola crise capitalista e o incremento do preço dos bilhetes.

Simultaneamente a estes cortes aumentou a repressom. As empresas de transporte pola cousa mais mínima aplicam sançons às trabalhadoras e trabalhadores.

E qual é o estado de ánimo das trabalhadoras e trabalhadores do setor?

Eu trabalho em Arriva. Desde que se produziu a concentraçom no setor do transporte com a compra por esta multinacional inglesa de umha parte importante das pequenas e medianas empresas galegas de transporte de viageir@s, tenhem sido utentes, trabalhadoras e trabalhadores os diretamente prejudicados. Incrementárom preços do bilhete e reduzírom qualidade do serviço.

Os contratos precários e eventuais tenhem mudado radicalmente as condiçons laborais existentes até esse momento. Agora o habitual som contratos de 10 horas por viagens ou mesmo de 3 horas por serviço, como levar crianças numha excursom de Compostela a Corunha, ou com contratos noturnos por horas para levar pessoas ao aeroporto de Lavacolha, à fábrica Finsa ou a correios.

Atualmente o quadro de pessoal em Compostela é de 30 trabalhadores, quando chegamos a superar 150. Daquela havia talheres, agora nada! A concentraçom no setor provocou despedimentos, jubilaçons antecipadas e basicamente precariedade. Contratam gente nova que nom protesta e aguanta todo tipo de abusos.

Mas o transporte foi historicamente um setor combativo?

Sim, nom há dúvida. Fomos um setor mui combativo. Temos umha grande tradiçom de luita. Quando havia greves nom se mexia um só autocarro e aqueles que ousavam furar as greves sabiam ao que se expunham. As hemerotecas estám aí para certificar o que digo.

Hoje isso mudou. As cousas mudárom para pior. Tem certa lógica. Se protestas amanhá nom voltas a ser contratado novamente por 3, 5 ou 10 horas. Atemorizam e paralisam a possibilidade de agir sindicalmente e luitar polos direitos.

Porém, na última greve geral de 29 de março paralisámos completamente a estaçom de autocarros de Compostela.

Qual é a representaçom sindical na tua empresa?

Em Compostela já nom temos Comité de empresa. O único delegado que temos é de UGT. Um autêntico colaboracionista. Mas em Ferrol e Corunha a CIG continua a ser maioritária.

Sob a justificaçom da crise capitalista a burguesia pretende que a classe obreira pague as suas conseqüências.

Efetivamente. O incremento do desemprego, as permanentes ameaças de despedimentos e reduçom salarial provocam medo. O temor paralisa bloqueando assim vertebrar coletivamente o necessário confronto. Quem mal vive pensa que ainda pode estar muito pior. Isto dificulta a imprescindível resposta obreira e popular às políticas reacionárias e ultraliberais do governo espanhol, da Junta da Galiza e da UE.

Amplos setores do povo trabalhador galego semelham mais preocupados polos êxitos desportivos que por defenderem direitos.

A seleçom espanhola de futebol, Jordi Nadal, Fernando Alonso, som fenómenos do desporto espetáculo habilmente utilizados polo sistema para despistar a classe trabalhadora, a juventude. Agem como umha droga, como um anestésico social.

Nuns dias vam eliminar a gratuidade de centos de medicamentos às camadas populares, vai incrementar o preço da luz, da botija de butano, do gás cidade, e lamentavelmente muitos trabalhadores e trabalhadoras estám mais preocupados com a "Eurocopa".

Mas temos que ser optimistas. O meu primeiro contato com o movimento popular foi em 1967 quando os grises carregavam contra o estudantado de Mestria Industrial que daquela estava em Sam Clemente. Era outra época. Havia outra atmosfera. Nestes quase 50 anos tenho assistido a avanços e retrocessos na luita de classes. Atualmente estám apertando muito. Mas isto antes ou depois vai rebentar. Eu continuo convencido da necessidade de mudar radicalmente o sistema. Isto só será possível por meio de umha Revoluçom socialista. É pois imprescindível organizar a classe trabalhadora e o povo à volta das organizaçons genuinamente revolucionárias sob a estratégia de que a luita é o único caminho. Vamo-lo conseguir. Sem lugar a dúvidas!

Qual é o estado da estaçom de autocarros de Compostela?

Está completamente abandonada polo Concelho. Os diversos governos municipais, tanto os anteriores do PSOE-BNG como o atual do PP, nom dedicam a atençom necessária. Buratos, goteiras, escadas que nom funcionam, deficiente iluminaçom, carência de segurança e contínuos roubos caraterizam o seu estado. Isto deriva do desinteresse pola defesa dos serviços públicos, as apostas privatizadoras dos partidos sistémicos.


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