1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (2 Votos)

140414 republicaGaliza - Diário Liberdade - Em torno da data referencial do republicanismo espanhol, aliado nos últimos tempos com algumhas correntes políticas historicamente ligadas ao nacionalismo galego, duas organizaçons da esquerda nacional galega lançam posicionamentos a afirmar a necessidade da República Galega.


Achamos de interesse reproduzir integralmente ambos manifestos: um adscrito à esquerda independentista explícita (NÓS-UP), outro ao nacionalismo soberanista (BNG), expressom esta maioritária na esquerda galega de matriz nacional.

 


 

NÓS-Unidade Popular

NÓS-Unidade Popular lembra e reivindica a I República Galega

A crise do regime bourbónico está a dar um novo alento ao republicanismo espanhol. Cada vez som mais numerosas as vozes que reclamam a III República espanhola, e nom sempre a partir de posicionamentos de esquerda.

Isso é assim ao ponto de, forças políticas que tinham o seu republicanismo aletargado, como Izquierda Unida, voltam a pôr um especial acento na reivindicaçom da república como modelo de Estado para a Espanha. Mesmo surgem vozes dentro do PSOE que se reclamam também republicanas como saída para um cada vez mais deslegitimado projeto nacional.

UPyD e outras expressons políticas e mediáticas ligadas à extrema-direita também se pronunciam em favor da III República. A nível popular, ou de setores do mundo da cultura, arte e inteletualidade, também é habitual escuitar argumentos no sentido da inviabilidade da monarquia, vista a deterioraçom da sua imagem e agora que ficou claro que a Família Real nom fica fora da vaga de corrupçom generalizada das estruturas do regime.

A monarquia espanhola parece chegar ao seu final e isto, unido a que a esquerda espanhola nunca fechou de todo a ferida ocasionada pola derrota sofrida perante o fascismo, fai com que umha efeméride que até há relativamente pouco nom era mais do que isso, o aniversário da proclamaçom da II República espanhola, se converta num toque de corneta para a mobilizaçom massiva de todo o arco da esquerda estatal: desde as organizaçons mais institucionalistas até as mais teoricamente revolucionárias.

No meio deste toque de corneta, há um apelo às organizaçons nacionalistas e independentistas daqueles territórios sob administraçom espanhola com maior tradiçom de reivindicaçom nacional. Dentro das esquerdas do Estado, o republicanismo espanhol sabe que umha percentagem importante de base humana está alinhada com aquelas opçons.

Chantageia-se-nos moralmente para que nos incardinemos na reivindicaçom da III República para a alegada derrota de um inimigo comum, a monarquia espanhola e o seu regime.

Pretendem impulsionar progressivamente um debate na esquerda galega sobre a pertinência ou nom de reivindicar a "soluçom republicana" para Espanha.

Perante o dilema que pode gerar-se mesmo dentro da nossa base social e entre gente que assume no fundamental os postulados do soberanismo galego, e que com toda a boa vontade do mundo poderia duvidar se nom seria demasiado sectário nom unir forças com o espanholismo nos seus atos de exaltaçom da ideia republicana, NÓS-Unidade Popular manifesta:

1- Condenamos o alçamento militar que deu lugar à Guerra Civil espanhola. Condenamos as matanças das tropas fascistas durante essa guerra, a repressom franquista, e naturalmente o regime franquista que provocou um autêntico holocausto na Galiza. Há muito que fazemos isso e nom só com palavras, também com campanhas ativas como a que serviu para a retirada de centenas de símbolos franquistas dos espaços públicos galegos.

2- Reconhecemos portanto a legitimidade da II República espanhola e a luita honorável de tod@s @s antifascistas que se agrupárom na sua defesa. Mas esse reconhecimento nom deve ir isento de visom crítica. Convém esclarecer que, entre as forças que apoiavam a República, nom todas eram sequer respeitosas com a ideia de defender os direitos do povo galego como comunidade política. Nesse sentido, baste recordar os posicionamentos fortemente centralistas nos quais se movia quem era Presidente da República em 1936, Manuel Azaña, ou por citar um caso galego, a atitude de Santiago Casares Quiroga como Presidente das Cortes, bloqueando a ratificaçom do Estatuto de Autonomia da Galiza. Disto fala Castelao no Sempre en Galiza, sem ir mais longe.

3- A II República espanhola reprimia a língua galega no ensino e nom previa nem formalmente a sua presença na instituçons. Sobre isto há também documentaçom e testemunhas avondo.

4- Poderíamos continuar a fazer apontamentos, mas há um que consideramos definitivo. De NÓS-Unidade Popular consideramos oportuno recuperar para a nossa memória coletiva a proclamaçom da I República Galega nas cidades de Ourense e Compostela, num contexto de levantamento operário e popular, precisamente contra a II República espanhola.

A decisom do Ministério espanhol da Marinha de paralisar as obras do caminho de ferro entre estas cidades origina a revolta dos operários que participam na sua construçom, num primeiro termo, e posteriormente a luita destes operários atinge um enorme eco popular tanto na cidade das Burgas como na capital da Galiza. Isto provoca umha reaçom político-institucional que cristaliza em dous factos muito significativos: o comício da proclamaçom da República Galega na alameda compostelana e o içado da bandeira soviética no prédio da Deputaçom de Ourense; factos que iriam seguidos da adesom de alguns concelhos galegos a essa nova República.

Reivindicamos portanto 27 de junho de 1931 como data chave a nível histórico para o soberanismo socialista, porquanto confluem elementos que para nós demonstram que o independentismo de esquerda nom é umha invençom operada a partir do mimetismo com outras latitudes e sim umha tradiçom política genuína.

Neste episódio histórico, pola primeira vez, umha assembleia de trabalhadores apela à solidariedade da classe operária galega como tal e ameaça o Estado espanhol com umha greve geral revolucionária na Galiza (hoje, com sindicalismo nacional, umha situaçom assim é dificilmente imaginável). Também pola primeira vez, desde o Partido Galeguista até o Partido Comunista, passando polo sindicalismo de classe, coincidem em forçar um cenário de rutura sociopolítica que poderia derivar na independência.

Carnero Valenzuela fala mesmo da proclamaçom da República Galega Soviética. Isto todo fai-nos concluir que, se calhar, o coerente é proclamar a I República Galega mesmo frente à II República espanhola, e portanto a II República Galega frente à III República espanhola.

Tivo que se dar umha situaçom de verdadeiro e ostensível agravo ao povo galego para que se produzisse este episódio, e para que houvesse tal reaçom tivo que se criar um contexto prévio muito opressivo para a Galiza.

As nossas reivindicaçons nacionais nom podem ser um apêndice anedótico dentro do movimento republicano espanhol. A reivindicaçom de um Estado galego e umha sociedade que caminhe face o socialismo e a superaçom do patriarcado, nom é um capricho nem umha extravagáncia: é umha necessidade.

Além de que conhecemos, porque isto já se deu noutras mudanças de regime, a capacidade das castas da oligarquia espanhola para se reciclar no fragor da mudança de Estado e, se nom, vejamos as famílias de políticos, juristas, militares, banqueiros, empresários destacados na "saudosa" II República, no franquismo, e no reinado de Juan Carlos II, e veremos a repetiçom nada casual de apelidos.

Certamente, nom estamos dispost@s a ser atores secundários de umha "catarse" espanhola que, afinal, só reforce o projeto nacional que nos nega como naçom soberana.

Avante a II República Galega!

Independência e Pátria Socialista e Feminista!

Galiza, 14 de abril de 2014

Direçom Nacional de NÓS-UP


BNG

Pola República da Galiza!

Hoxe, neste escenario de decrepitude total do sistema, é necesario erguer os soños e as esperanzas para defender a alegría e construír, desde o espírito transformador, indignado e rebelde unha sociedade nova na nosa República

Pola República da Galiza!A nosa nación está a vivir momentos difíceis. Para alén dunha profunda crise económica, que vén agravar as dificultades estruturais derivadas da situación de dependencia, asistimos a un proceso de re-centralización política que mingua, aínda máis, a capacidade da Galiza para decidir sobre si propia, sobre os seus sectores produtivos, sobre o seu futuro. E isto, en medio dunha non menos profunda crise do sistema político español, que atinxe todas as institucións que o conforman, nomeadamente a monarquía. A mesma monarquía que veu funcionando como principal elemento simbólico dun sistema político que nos nega como nación e que impide o noso libre desenvolvemento como pobo.

Os reiterados escándalos de corrupción que afectan ao Borbón e á súa familia veñen pór aínda máis en evidencia o anacronismo que supón nos nosos días a institución monárquica. Con efecto, como é posíbel considerar compatíbel cos principios democráticos unha Xefatura de Estado que non é elixida pola cidadanía, vitalicia, hereditaria, estabelecida pola graza de Deus e, no caso español, tamén pola de Franco? Para alén do máis, situada por encima da lei, porque a Constitución española estabelece que a persoa do Rei "non está suxeita a responsabilidade". Estamos diante dun residuo político do pasado, que nada ten a ver co que á altura do século XXI se entende como verdadeiramente democrático.

Mais, para alén desta cuestión de exixencia democrática, na situación actual tórnase absolutamente escandaloso o espectáculo dunha familia de parasitos sociais que vive a corpo de rei a custa da cidadanía. Iso si, sen descoidar os seus negocios. As vinculacións do Borbón cos grandes poderes económicos veñen de lonxe e até onde é coñecido, foron proveitosas. Realmente ofende o máis elemental sentido da decencia que os homes e mulleres da Galiza, que vivimos, con enormes dificultades, do noso traballo e do noso esforzo, teñamos que pagar os luxos, os palacios, os iates, as cazarías e até os divertimentos aos Borbóns. E non é unha cuestión de cantidade senón de dignidade.

E xustamente por dignidade -mais tamén por necesidade- fronte á dramática situación que vivimos, erguemos a bandeira da República. Unha república nosa, galega, social e democrática, que aposte no benestar, na xustiza e na igualdade; na educación, a sanidade, a vivenda e a cultura como dereitos; no laicismo, na defensa da terra e no respecto dos dereitos das persoas e dos dereitos nacionais de todos os pobos do mundo. Esa será a nosa República.

O pobo galego, as mulleres e homes da Galiza, séntense cada vez máis afastados dunhas institucións españolas que son percibidas, a cada día máis claramente, como responsábeis da ruína da nosa nación: políticas antisociais, desmantelamento dos nosos sectores produtivos, privatización dos servizos públicos, eliminación do noso sistema financeiro, roubo de salarios e aforros, discriminación da nosa lingua, corrupción xeneralizada...

Hoxe, neste escenario de decrepitude total do sistema, coa política convencional indisimuladamente ao servizo do poder económico, coa corrupción instalada no corazón da xustiza, do empresariado, dos medios e da monarquía, coa xente sendo expulsada das súas casas polos mesmos bancos que estafan millares de persoas, é necesario erguer os soños e as esperanzas para defender a alegría e construír, desde o espírito transformador, indignado e rebelde unha sociedade nova na nosa República.

Porque é evidente que unha simples mudanza na forma do Estado non mudará nada esencial no noso País e non resolverá os problemas que padecemos se non rompermos a dependencia á que Galiza está sometida. Para podermos mudar realmente esta situación precisamos de liberdade e de capacidade para decidir en función dos nosos intereses como nación, precisamos de soberanía. Por iso, as nosas conviccións profundamente democráticas e republicanas se expresan en galego, se simbolizan coa bandeira da nosa Patria e deberán concretarse, máis cedo que tarde, na construción do noso propio Estado, a República da Galiza.

 


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Publicidade
Publicidade
first
  
last
 
 
start
stop

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.