1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (6 Votos)

260812 soto2Galiza - Diário Liberdade - Com umha longa trajetória de trabalho cultural de base, Manolo Soto continua a participar cada ano na organizaçom do veterano Festival da Poesia do Condado.


A poucos dias da vigésima sexta ediçom de todo um clássico do verao cultural galego, o Diário Liberdade entrevistou Manolo Soto, um dos fundadores da SCD do Condado e do próprio Festival da Poesia.

Diário Liberdade - A Sociedade Cultural e Desportiva do Condado SCD iniciou o seu trabalho no 1973, já choveu desde aquela. Continuam a existir os mesmos motivos para seguirdes com esse trabalho 39 anos depois?

Manolo Soto - Se me permitirdes, vou responder a esta pergunta com um texto que foi publicado no nosso primeiro livro, editado no festival de Mondariz-Balneário, pois acho que este continua a ser o nosso espírito e, ainda com todas as mudanças ao longo destes já 40 anos de trabalho associativo, podemos voltar à primeira página do primeiro livro e lembrar ou ensinar, por e para que nascemos.

Nasce a Sociedade Cultural e Deportiva do Condado no ano 1973, ainda que os seus estatutos non serían legalizados hastra o 1974. Os tempos non son doados e todo o que siñifique defensa e espallamento da nosa cultura é inmediatamente etiquetado de "roxo" e a persecución e control fanse abafantes.

Nun pequeno baixo da Praza da Oliva de Salvaterra, trázase o que ía ser a liña mestra de actuación: que nin vila nin parroquia da bisbarra descoñeceran a existencia dunha cultura durante moitos anos negada e perseguida polo poder político.

Diante da imposibilidade de financiar a actividade cultural -nin a máis pequena axuda dos organismos oficiais, aínda que sí o seu control-, soio cun pouco de maxín e un moito de traballo, conquírese que no ano 76 a sociedade seña considerada polos meios de comunicación como a segunda de Galicia en cantidade de actos celebrados durante o 75.

Tamén o mundo do deporte ten a súa parcela na Asociación. Introdúcese na bisbarra o deporte do futbito, créase o equipo de fútbol e a sección de piragüísmo e colabórase cos grupos escolares na promoción do deporte infantil e alevín. E ahí, no tempo, están eses primeiros carteles deportivos en galego da nosa historia.

Así dende aquela data de fundación deica hoxe, raro é o grupo de teatro, folk ou de gaitas, ou cantautor ou conferenciante comprometido, de toda a nosa xeografía que non tivera unha actuación, así como bandas de múseca e corales da provincia, que non estiveran na parroquia máis lonxana ou no corrucho máis pequeno da bisbarra. Tamén os concursos literarios convocados nos colexios, exposiciós, festas infantís e festas populares -testemuña imborrábel, o revolucionario cambio da Festa do Viño do Condado no ano 78 e que se sigue mantendo coas premisas marcadas pola Sociedade- ocupan unha considerábel parcela nas actividades de cotío programadas.

Os tempos no mundo da nosa cultura, como noutros tantos, non variaron moito: as dificultades económicas siguen protagonizando a nosa existencia, perdida a fe nunha axuda das instituciós ou nunha actividade das mesmas que poidera garantir o reforzamento da nosa cultura. As subvenciós pasan a engrosar bolsas, cuio destino, como sempre e por desgracia, é menos edificante que a promoción cultural dun pobo, dunha nación, como a nosa.

Maio de 1981

SCD Condado

DL - Produziu-se um relevo geracional nas pessoas que trabalham na SCD? Que traz a gente nova?

Manolo - Produziu-se umha soma de forças de gente nova, de gente jovem. Cada vez somos menos os que por uns ou outros motivos vamos ficando desde aquele ano 1981, quando levamos avante o primeiro Festival da Poesia. Mas tambem é umha alegria e um orgulho que filhas e filhos dos e das que naqueles anos trabalhávamos arreio peguem no leme com as mesmas motivaçons e forças. Que gente jovem fora do nosso ámbito veja a necessidade e a importáncia deste projeto, pois é um projeto para todas e todos os galegos, e que se somem ao duro trabalho que representam associaçons culturais como a nossa.

De facto, foi essa gente jovem, a que lá polo 2002 puxava de nós para a recuperaçom do Festival... e aqui estamos, dez anos depois, com todas as dificuldades que encontramos, mas aqui estamos!

270812 condadoDL - Este é o unico festival na Galiza dedicado à poesia. Além de recitais de poesia e música, que poderemos fazer em Salvaterra nos dias 31 de agosto e 1 de Setembro?

Manolo - Neste ano gostaria de destacar a expossiçom de humoristas gráficos. Retomando os antigos Encontros de Humoristas que se figeram na primeira jeira do Festival, este ano a gente mais nova propujo e apoiou esta iniciativa. Mas nom só, como todos os anos contaremos com música de rua, feira artesanal, atividades para crianças, biharda... e muitas cousas que, ainda que nom lembre, sei que bem as podedes consultar no nosso web (www.scdcondado.org) ou no nosso Facebook.

DL - A música fai parte do festival e desse espírito da lusofonia que continua a ser pioneiro no País. Como influi terdes Portugal aí em frente do espaço onde se fai o Festival da Poesia?

Manolo - Como influi? pois eu perguntaria... seria possível que nom influísse ou influa? Termos um país independente a 50 metros de nós, com a sua história entroncada com a nossa, onde falam o nosso idioma, com umha cultura prima-irmá da nossa... e que nos digam que nom, que nom temos a ver... que nas escolas nos ocultem o nosso processo histórico...

Pois influi termos a evidência a morar de vizinha, depararmo-nos diariamente com ela e, portanto, que crianças e adultas se perguntem como naquele estupendo desenho de Castelao, no qual o neno dizia a seu avô:

- E logo? os da banda dalá som mais estrangeiros que os de Madrid? (nom se soubo que respondeu o velho)

Influi em que, como aqueles e aquelas que tenhem conhecimento devem partilhá-lo, nós devemos mostrar no nosso país a realidade da nossa cultura, da nossa língua. E esta realidade passa pola defesa do nosso idioma e a sobrevivência deste.

DL - Qual é o programa deste ano?

Manolo - A verdade e que já havia várias ediçons que nom contávamos só com grupos do País, mas consideramos que, além de trazermos companheiras e companheiros doutros países que entendem e apoiam o que significa este festival, devíamos de nos centrar no nosso, dar voz aos nossos... e finalmente podemo-nos orgulhar do cartaz com que contamos este ano: SES, O Sonoro Maxin, DKTC, Sacha na Horta e Cuchufelhos, grupos que poderemos desfrutar na noite da sexta-feira e sábado.

DL - Existe ou existiu algum apoio por parte de intituçons de algumha margem do rio?

Manolo - A verdade é que por parte de várias associaçons ou centros culturais, sempre tivemos muito boa resposta, sobretodo com o concelho de Monção. Mas, certamente, tal como no nosso país, as instituiçons fam parte de umha mesma engrenagem do sistema, daí que festivais ou atividades como as da SCD nom sejam prioritárias nas subvençons...

DL - Há algo que as pessoas visitantes nom podem deixar de visitar no Festival?

Manolo - Bom, acho que o que nom se pode deixar atrás é o recinto em si... se algo nos acompanha ano após ano e o espaço tam espetacular do interior das Muralhas, com o Minho aos pés.

De todas as formas, considero que perderia a oportunidade se nom dixer que devem passar pola nossa banca de material, com novas camisolas, o livro deste ano ou montes de livros de todas as ediçons anteriores, etc.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Publicidade
Publicidade
first
  
last
 
 
start
stop

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.