Nom há nada que reformar
Nom sou tam ingénuo como para crer que isto que estou a viver aqui seja excecional... e posto que "os presos" nom nascérom aqui senom que provenhem de um contexto social muito concreto nom procuro aos responsáveis diretos "só" entre os carcereiros assalariados e a administraçom carcerária que, em soma, reproduzem em microescala a política e os desvalores do Sistema e a sua "Sujidade"... Nom há nada que reformar; todo deve ser ruído até os alicerces...
Erram os que crem (ou imaginam) que a minha radicalidade provém da indigestom de "utopias" e "teorias" várias... pois ao fim e ao cabo a "minha radicalidade" devo-lha ao Sistema e à sua miserável Sociedade... quer dizer, que se alguém quiger procurar aos responsáveis "teóricos" da minha radicalidade já podem começar nos gabinetes de Instituiçons Penitenciárias e deixar tranqüilos os poetas da dinamita...
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A mim nunca me deixárom indiferente os esmolantes que enchem as metrópolis, os que embrutecidos por toda umha vida de escravidom assalariada acabam os seus dias refugiados nos ócios programados, o álcool e/ou as drogas... ou que para sobreviver vendem os seus corpos para satisfazer o prazer de quem pode mercar corpos como se fossem mercadorias... mas nom foi toda essa legiom de miseráveis e explorad@s @s que me insuflaron a força, inspiraçom e dignidade precisas para combater o sistema que gera todo isto... disso encarregárom-se os meus irmaos e irmás de luita: uns foron "bandidos" e outros fôrom revolucionários... essa é a diferença fundamental entre a maioria dos "anarquistas" i eu... eu nom preciso de "escusas" e "sujeitos" revolucionários para enfrentar-me com o Sistema... eu odeio o Sistema porque ele próprio me ensinou a odiá-lo... e neste caminho de guerra frontal contra o Sistema vou aprendendo quem é o meu cúmplice e quem o meu inimigo para além de "ismos" e "conceitualizaçons"...
Aachen, julho 2011