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imovBrasil - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Seis das 13 maiores incorporadoras imobiliárias não fizeram lançamento no primeiro trimestre deste ano, o que aconteceu pela primeira vez desde 2008.


Foto: Thomas Hobbs (CC BY-SA 2.0)

A inadimplência do programa Minha Casa, Minha Vida (dívidas atrasadas há mais de três meses) passou para 21,8% para os financiamentos da faixa 1 (prestações de R$ 25 a R$ 80 mensais), de acordo com o Ministério das Cidades. Há um ano, era de 17,5%. No mercado imobiliário como um todo, a inadimplência é de 1,7%.

A situação das incorporadoras e construtoras é muito crítica. O aumento do endividamento, estouros no orçamento e atrasos nas obras têm se tornado recorrentes. A farra com o crédito subsidiado pelo governo tem sido responsável pela viabilização de boa parte do lucro dos bancos e da especulação no mercado acionário. Com a fuga de enormes volumes de capitais especulativos das bolsas, a possibilidade de lançar novos papéis ficou muito reduzida. Os especuladores têm fugido para os “portos seguros” da especulação com a dívida pública, onde os lucros são garantidos diretamente pelo governo.

Governo Federal: fiador da especulação imobiliária

A partir do final de 2011, grandes volumes de capitais especulativos abandonaram o setor imobiliário brasileiro e as grandes construtoras e incorporadoras começaram a apresentar problemas de fluxo de caixa, dificuldades para desovar os estoques. O preço dos imóveis, que tinham mais do que duplicado nos últimos cinco anos, começou a cair. O governo interveio para evitar o colapso do setor que passou a funcionar quase exclusivamente em cima de recursos públicos provenientes dos repasses de recursos provenientes das emissões de títulos podres pelo Tesouro Nacional e da contratação de empréstimos no exterior pelos bancos públicos, principalmente pela Caixa Econômica Federal.

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Os preços dos imóveis nas principais cidades do País sofreram aumentos absurdos, a partir de 2009, devido a que a especulação somente se sustenta em cima da contínua subida dos preços. A partir do segundo semestre do ano passado, coincidindo com o aprofundamento da crise capitalista mundial, a construção civil atingiu um ponto de inflexão a partir do qual entrou em tendência acelerada ao estouro da bolha imobiliária. Grandes especuladores imperialistas retiraram os capitais, as principais construtoras começaram a apresentar sérios problemas de fluxos de caixa e o preço dos imóveis começou a cair lentamente, revertendo a tendência anterior aos aumentos explosivos.

Qual é o impacto da queda nos preços dos imóveis?

Os ritmos de subida dos preços desaceleraram e isso é um câncer para a especulação devido a que os especuladores precisam da valorização rápida para realizar lucros fáceis. Os títulos imobiliários começaram a entrar na ciranda da especulação financeira.

Os especuladores financeiros procuram realizar os lucros no futuro. Sem o aumento dos preços, os investimentos ficam inviáveis, e quanto mais aumentarem maior será o lucro. No sentido contrário, a queda nos preços leva a prejuízos, à queda nas compras pelos especuladores, que são quem dominam o setor, e ao aumento da inadimplência, potencializada, pois os compradores passam a deter dívidas superiores ao valor real do imóvel. Por esse motivo, existe um verdadeiro esquema para camuflar o problema, que tenta ser remendado com o repasse de recursos públicos.

A crise das construtoras e incorporadoras

As construtoras e incorporadoras têm apresentado problemas de fluxo de caixa, queda nos lucros e aumento nos estoques desde 2013.

Não se trata de nenhum fator sazonal, mas um reflexo natural do aprofundamento geral da crise capitalista. Os especuladores, percebendo a tendência à queda dos preços, tentam vender. Quem precisa de dinheiro também, porque o desemprego está aumentando (apesar da propaganda em sentido contrário) e o comércio está desacelerando. O problema está sendo achar compradores. O mercado está obviamente saturado, devido à falta de compradores suficientes, e está sendo mantido de maneira artificial devido à inundação do setor com crédito público.

Trata-se de um sintoma de enorme importância. A economia brasileira está semiparalisada. Um colapso econômico é só questão de tempo. O crescimento econômico somente tem piorado, apesar dos gigantescos repasses de recursos públicos para os capitalistas. A inadimplência tende a disparar. As consequências não são difíceis de serem previstas. Basta ver o que aconteceu nos países desenvolvidos. Eis um trailer do que acontecerá no Brasil, embora que, desta vez, será muito pior devido ao gigantesco endividamento, público e privado, em escala mundial, à disparada da especulação financeira e à paralisia da economia brasileira que cada vez mais mostra de maneira clara as gigantescas fragilidades.

No próximo período, o governo deverá destinar recursos ainda maiores para manter o setor funcionando, impulsionando o endividamento público. Mas o estouro das bolhas financeiras estarão colocadas à ordem do dia, pois a inadimplência tem disparado, o valor dos imóveis começou a baixar, a economia deverá entrar em recessão, e o desemprego, o endividamento público e a inflação continuarão aumentando.


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