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creditoimobBrasil - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A caderneta da poupança se encontra nas mãos de um punhado de investidores, de acordo com o FGC (Fundo Garantidor do Crédito). Apenas 9% dos detentores de uma conta poupança concentram 85% do total dos recursos.


Morador de rua dorme em escadaria de um banco que oferece financiamento imobiliário. Foto: Lets/Flickr (CC BY-NC-ND 2.0)

Por que os saques da poupança continuarão? E por que a bolha implodirá?

De acordo com a regulamentação atual, a caderneta tem um rendimento de apenas 0,5% além da TR (Taxa Referencial), quando a Selic supera os 8,5% ao ano, apesar da taxa básica de juros, neste momento, se encontrar em 14%. Desta maneira, o rendimento abaixo da inflação, de aproximadamente 7% ao ano, tem como objetivo priorizar os títulos públicos que estão na base de quase todos os fundos de renda fixa oferecidos pelos bancos, com rendimentos superiores, e até muito superiores, aos oferecidos pela poupança.

Os principais fatores envolvidos no aumento dos saques da poupança tem na base o aprofundamento da crise capitalista. O governo se encontra paralisado, por causa das amarras imperialistas.

As tendências inflacionárias continuam crescendo por causa das importações. As políticas públicas têm sido orientadas à produção e exportação especulativa de meia dúzia de matérias-primas, o que tem acelerado o processo de desindustrialização do Brasil. Hoje, a expectativa oficial da inflação, de acordo com o relatório Focus do Banco Central, se encontra em 9% para este ano. Caso o real se desvalorizar fortemente frente ao dólar, a inflação poderá disparar.

Leia também: A crise no Brasil: bolha imobiliária?

O endividamento generalizado tem provocado uma forte contração da poupança interna. A expectativa de crescimento da economia brasileira é negativa para este ano, enquanto as taxas de juros continuam aumentando e engordando os lucros dos bancos. A tendência do aumento do desemprego deverá reduzir a poupança interna, a arrecadação fiscal e o consumo.

Todos os programas que o governo tentou aplicar fracassaram, desde as desonerações de novembro de 2012. A direita busca, para superar a crise, aplicar a mesma política que a burguesia tem aplicado em escala mundial, devido à falta de alternativas: mais “neoliberalismo” contra as massas trabalhadoras = arrocho salarial em larga escala e aceleração da entrega dos recursos nacionais para os monopólios.

Por que o Governo está paralisado?

O governo brasileiro se encontra paralisado e não consegue reagir ao aprofundamento da crise capitalista. Aliás, esse “estado de estupefação” é a norma em escala mundial, onde todos os planos para conter a crise têm fracassado. No caso do Brasil, a situação tende a se tornar ainda mais grave por causa do gigantesco aperto imposto sobre o país pelo imperialismo. Apesar de hoje mais de 44% do orçamento público federal ter como destino a ultraparasitária e corrupta dívida pública, os bancos monopolistas querem mais. Todos os recursos devem ser colocados a serviço da especulação financeira. Por esse motivo, os repasses de recursos públicos para os setores produtivos têm sido afetados.

Na tentativa de enfrentar o problema dos saques da poupança, o governo reduziu o montante do depósito do compulsório dos bancos privados, relacionado com a poupança, de 10% para 5,5%, o que libera mais R$ 22,5 bilhões para o crédito imobiliário.

As LCI (Letras de Crédito Imobiliário) tiveram o prazo mínimo aumentado de 60 para 90 dias. Mas as LCI não representam uma alternativa à poupança, pois encarecem o financiamento devido às tarifas e aos juros mais elevados.

As medidas são muito tímidas e não conseguirão conter a disparada dos saques da poupança. Mas quais seriam as alternativas?

O aumento dos rendimentos da poupança é muito difícil de ser colocado em prática devido à profundidade do parasitismo financeiro, à priorização dos repasses para os bancos. O elevação da taxa da TR provocaria, imediatamente, o aumento dos juros de todos os financiamentos imobiliários, pois eles são indexados à TR, que hoje se encontra próxima a 0%. Um sensível aumento poderia disparar a inadimplência e o estouro da bolha imobiliária.

A única alternativa possível para a superação da crise no Brasil passa pelo rompimento com as amarras especulativas, com o imperialismo.

Em primeiro lugar, a dívida pública deve ser desconhecida. O governo do PT nem sequer chegou a auditá-la. Nem chegou perto do que o governo de Rafael Correa fez no Equador em 2007, quando uma auditoria demonstrou uma tremenda podridão e 70% dos títulos foram renegociados por 30% do valor.

A saída para a crise no Brasil passa pela estatização do sistema financeiro, pelo fim dos repasses de recursos públicos para os capitalistas, pela estatização das grandes empresas e pelo controle da produção por conselhos de trabalhadores. Obviamente, essas políticas somente poderão ser colocadas em prática a partir de um movimento de massas.

O acelerado aprofundamento da crise capitalista coloca à ordem do dia a retomada do ascenso do movimento operário dos anos de 1980, a superação da burocracia sindical e a formação de um partido revolucionário, operário e de massas.


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