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050513 MarcusOliveiraBrasil - Folha Oeste - Em 12 meses, a inflação acumulada no País atingiu 6,59%, estourando assim o teto da meta inflacionária de 6,5% (o centro é de 4,5%, com dois pontos percentuais de margem).


Os alimentos tem sido o grande vilão do aumento de preços. Em 12 meses, o tomate acumula alta de 122%, a farinha de mandioca subiu mais de 151%, a batata-inglesa, 97% e o feijão carioca, 26%. Somente em março, a cebola subiu 21,5%. De acordo com o Boletim FOCUS, do Banco Central, em 2013 a inflação deverá ficar em 5,71%. Até o final desse ano os juros básicos devem estar em 8,25% e a estimativa de crescimento econômico foi estimada em 3%.

Para saber a repercussão e o impacto dessas estimativas sobre a economia brasileira, a Folha Oeste conversou por telefone com o economista Marcus Eduardo de Oliveira, professor do UNIFIEO e da FAC-FITO, de São Paulo. A seguir, a entrevista com o economista:

FO – O sr. concorda com o mais recente Boletim FOCUS que estima os juros básicos da economia até o fim do ano em 8,25% e com uma taxa de crescimento econômico de 3%?

Oliveira – Desde que o regime de metas de inflação foi criado, em 1999, a taxa básica de juros é o instrumento primordial usado no controle inflacionário. A SELIC subindo sobe o custo do dinheiro e, por consequência, os juros bancários também sobem. Isso esfria a atividade econômica, derrubando a demanda por bens e serviços. Nesse momento em que o nível de preços, principalmente de alguns alimentos está desajustado, é necessário conter os riscos e evitar que a inflação dispare; então me parece correto usar desse expediente.

FO – Mas isso diminui o tamanho da economia. Vale correr esse risco?

Oliveira – O paradoxo é justamente esse. É claro que isso não é desejável. Se, de um lado, a SELIC elevada esfria a taxa de inflação, contendo-a, do outro, desaquece a economia, com riscos de elevar a taxa de desemprego. E isso tudo acaba interferindo no ambiente político. Em breve o País entrará numa seara política mais quente em que serão discutidos, de fato, os nomes que se enfrentarão na corrida presidencial em 2014. Não tenha dúvidas de que o cenário econômico de hoje, com elevada inflação e baixo PIB, que se repercutirá no próximo ano, será decisivo para estabelecer alguns parâmetros macroeconômicos a serem ajustados.

FO – Mas, mediante isso, como fica a atividade produtiva da economia?

Oliveira – É justamente nesse ponto que quero chegar. Penso que há duas coisas muito importantes nesse momento a ser feita. A primeira é conter a elevação dos preços, trazendo a taxa de inflação para o centro da meta (4,5% ao ano); a segunda, tão importante quanto à primeira, é dar competitividade à economia do país. Para isso, temos fundamentalmente que salvar a indústria para fazer a economia crescer. É preciso redefinir a indústria. A produção industrial brasileira tem recuado consideravelmente e isso é altamente perigoso. Veja que em fevereiro a atividade industrial recuou 2,5%. Para salvar a indústria faz-se necessário desenhar um novo custo dos tributos, cortando progressivamente alguns impostos. Penso que isso é fundamentalmente importante. A forte elevação da carga tributária brasileira é uma enorme pedra sobre as costas da indústria. Ninguém sobrevive num ambiente assim. É muito importante resgatar a capacidade produtiva da indústria que durante o governo Lula fez a economia crescer. Não nos esqueçamos de que de 2004 a 2010, a economia brasileira cresceu em média cerca de 4% ao ano. Não se pode perder de vista que esse crescimento foi, por sua vez, fruto de importantes reformas estruturais que tiveram espaço entre 1994 e 2005, justamente após o Plano Real, com a estabilização do nível de preços. Portanto, enquanto não voltarmos a ter produtividade, patinaremos nessas pífias taxas de crescimento. O pior é que agora esse cenário ganhou um novo ingrediente: a inflação.

FO – Isso justifica o baixo crescimento da economia?

Oliveira – Sem dúvida. O crescimento limitado do momento é fruto direto da baixa capacidade de oferta de bens e serviços aliado ao aumento da inflação. Nós não temos um problema de demanda; o problema está na oferta.


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