Com o intuito de investigar os crimes cometidos pelo Estado no período da democracia burguesa, desde 1985, como chacinas e execuções extrajudiciais - especialmente os crimes contra negros e negras e a população pobre da periferia, como os "Crimes de Maio" de 2006 na região metropolitana de São Paulo e em Santos, quando 493 civis (1300 nas estimativas do movimento Mães de Maio) foram assassinados por grupos paramilitares em resposta aos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) -, a comissão pretende demonstrar as heranças que a Ditadura Militar deixou, como a militarização da polícia e a precariedade do sistema carcerário.
A intenção principal é denunciar as injustiças e a violência do Estado para que se acabe com a impunidade das forças de repressão, e pretende se tornar uma organização nacional. Encabeçada pelo movimento Mães de Maio, a comissão tem o apoio de diversos movimentos sociais e das Comissões de Anistia e de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça (MJ).
A Comissão da Verdade da Democracia deve iniciar as audiências com os familiares das vítimas do Estado a princípios de março e, com o apoio de analistas da Comissão de Anistia, está prevista a execução de uma pesquisa com o fim de identificar as causas da violência policial e sua herança da ditadura, além da investigação de valas clandestinas utilizadas pela polícia e ações de ocultamento de cadáveres praticadas pelo Estado.