Foto: Mídia Ninja.
Nesta quarta-feira (11), ocorreu uma manifestação contra a situação de racionamento de água imposta pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) à população. A causa desta situação é o processo de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e o descaso do governo na manutenção e ampliação da capacidade de produção de água pela empresa.
Os manifestantes começaram a se concentrar no vão do MASP, na Avenida Paulista, a partir das 17h e no local já havia grande contingente policial. Cerca de uma hora e meia depois, quando o ato foi sair em passeata, a Polícia Militar fechou o acesso do vão com a rua, impedindo manifestantes e a imprensa de sair do local.
No momento em que a PM cercou os manifestantes dentro do vão do MASP, dois manifestantes foram detidos, um homem e uma mulher. Entre os presos, está Vitor Araújo, manifestante que perdeu um olho devido à repressão policial em uma manifestação em 2013. Segundo a Polícia Militar a razão para não deixar o grupo sair em passeata era a inexistência de uma liderança que se responsabilizasse e de um percurso para a passeata, o que não é estabelecido como lei para a existência de manifestações.
Por parte do governo estadual, há uma clara definição política sobre a ocupação da av. Paulista por manifestantes. Na maioria das manifestações contra os interesses do PSDB, como contra a falta de água e o aumento da tarifa do transporte público, há repressão ao tentar ocupar a avenida. Nas manifestações a favor do impeachment de Dilma Rousseff e outras convocadas pela direita, no entanto, a via é fechada sem qualquer constrangimento pela Polícia Militar.
Após o ato ser liberado e sair em passeata, seguiu até a Rua Bela Cintra, parando em frente à Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos hídricos para denunciar a privatização da água pela atual gestão e pedir a decretação do estado de calamidade pública. O ato também passou em frente a uma sede da Sabesp, na av. Consolação e do Parque Augusta, que está ocupado por manifestantes contra o loteamento e pela preservação da área. A manifestação se encerrou na praça Roosevelt, por volta de 21h.
A situação da crise de abastecimento é extremamente crítica e tende a criar uma grande revolta popular. Por este motivo, o governo de Geraldo Alckmin reprimiu esta manifestação, colocando à mostra a ditadura que vigora em São Paulo.