Tinha saído de casa para comprar pão para o café da manhã da família. Moradora do Morro de Congonha, no morro Madureira, na zonha Norte do Rio de Janeiro, foi atingida por dois tiros, e levada pela polícia no camburão. No caminho o suposto socorro se transformou. A porta do porta-malas se abriu e Claudia foi arrastada por centenas de metros.
“Só ouvimos os tiros. Deram dois tiros nela, no peito e no pescoço”. “Falaram que se assustaram com um copo de café que estava na mão dela” disse Thaís Lima, filha de Claudia Ferreira da Silva, ao programa de TV Bom Dia Rio.
“Eu fiquei parada detrás da Blazer para não levarem ela, eles me empurraram”. A gente pediu que não levassem, eles deram dois tiros para o alto para assustar o pessoal e foram embora.
Segundo relatos ela já tinha caido antes do percurso filmado pelo cinegrafista amador. “eles pegaram ela e jogaram de volta.” Thais questiona ainda, “Porque foram por uma avenida que não tinha a ver com a rota do Hospital?”
Thais, diz que é sempre assim na comunidade. Que não tinha bandido na rua. “Falaram que teve troca de tiro na rua, não teve troca de tiro nenhuma”.
Ela mostra solidariedade ao rapaz que segundo a polícia também foi baleado pela políci. Questionada pelo repórter se confia na polícia, expressou aquele que é o sentimento geral da população neste momento: “Não”. Inclusive quando a polícia diz que mata bandidos em favela, afinal “também disseram que minha mãe era bandida”.
E faz questão de contar que os mesmos que atiraram em sua mãe voltaram para reprimir a manifestação quando riram ao serem questionados. “Eles estavam rindo. Eu perguntei: ‘minha mãe trocou tiros com vocês? Minha mãe é bandida? Cadê a arma com que ela trocou tiros com vocês? Mostra!’. Eles ficaram quietos. Eles estavam rindo”,
Esse é o sentimento comum nas comundades pobres onde a cada dia cresce a certeza, ainda que não elaborada e consciente de uma necessidade vital: a dissolução da PM já!.