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aldeiaBrasil - Rede Brasil Atual - [Maurício Thuswohl] Governo reafirma intuito de criar um Centro de Referência Indígena em outro local, mas, por enquanto, quer alojar índios em hotéis para moradores de rua no Centro do Rio


Foto: A resistência dos índios da Aldeia Maracanã já se tornou o maior símbolo da rejeição ao projeto de reforma do Maracanã (Tânia Rêgo / ABr)

Com o fim do prazo, às 18h de ontem, determinado pela Justiça para que seja desocupado o terreno do antigo Museu do Índio no Rio de Janeiro, voltou a crescer ao longo do dia de hoje (21) a tensão entre os habitantes da Aldeia Maracanã, comunidade erguida no local e onde vivem atualmente cerca de 80 indígenas e estudantes. Preocupados com uma possível ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar para desocupar o terreno, os indígenas, ainda durante a madrugada, ergueram com pedras e pedaços de madeira barricadas do lado de dentro para tentar impedir a entrada dos policiais.

O prédio, que inicialmente tinha demolição prevista no projeto de reforma do complexo do Maracanã para a Copa do Mundo, agora, segundo o governo do Rio, será reformado para futuramente abrigar o Museu Olímpico. Após a reforma, o prédio e o museu serão administrados pelas empresas vencedoras do processo de concessão, para a iniciativa privada, do complexo esportivo e seu entorno.

Os indígenas da Aldeia Maracanã perderam as esperanças de que ali seja erguido o Centro Cultural Indígena, como reivindicavam, mas só aceitam deixar o terreno após a definição do local para onde serão transferidos. O governo já manifestou intenção de abrigar os índios em um prédio próximo à Quinta da Boa Vista, também vizinha ao estádio, mas até o momento não deu mais detalhes sobre o local exato onde pretende fazer isso. Enquanto esperam a decisão, os índios, segundo o governo, ficariam alojados em hotéis no Centro do Rio.

Em nota divulgada no início da semana, a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos confirma o intuito de "criar um Centro de Referência Indígena próximo à Quinta da Boa Vista", mas não determina locais nem datas: "Até que as medidas sejam efetivadas, os índios terão à disposição um local provisório para hospedagem emergencial. Aqueles que não aceitarem, receberão o benefício temporário do aluguel social", diz a nota.

Por volta de meio-dia, o defensor público Daniel Macedo esteve na Aldeia Maracanã e conversou com cerca de 50 ocupantes do terreno: "Houve um recuo por parte do governo e eu acredito que isso é muito positivo, mesmo as propostas não sendo as melhores", disse o defensor à Agência Brasil ao fim da conversa.

Macedo revelou o objetivo de evitar qualquer confronto: "Você imagina se um índio morre aqui nessa situação. Seria muito ruim, iria repercutir internacionalmente e também iria ser muito negativo para a sociedade civil. Hoje as autoridades já poderiam ter vindo aqui e ter retirado esses índios. Isso mostra que o governo está aberto ao diálogo", disse.

Preocupados com a presença de motociclistas do Batalhão de Choque da PM que circundaram o terreno algumas vezes ao longo do dia, os moradores da Aldeia Maracanã se preparam para um possível confronto com a polícia e reafirmam o desejo de permanecer onde estão: "Nós queremos a manutenção desse espaço. Esse lugar é histórico, faz parte da nossa cultura e da nossa vida. Não iremos deixá-lo em hipótese alguma", disse Afonso Apurinã, um dos líderes da Aldeia Maracanã.

À reportagem da Rede Brasil Atual, Apurinã revelou, já no fim da tarde, que é muito grande "a tensão e a expectativa" entre os índios: "A gente até agora não assinou nenhum documento. Não tem local definido onde vai ser construída a próxima Aldeia Maracanã. Sabemos também que o prédio onde querem alojar os índios, um hotel para moradores de rua, não é adequado para a gente. Por isso, não nos resta outra saída senão manter a resistência, de forma pacífica, aqui no local", disse.

Até o início da noite, segundo os indígenas, não havia nenhuma movimentação anormal em torno do terreno da Aldeia Maracanã. Existe dúvida sobre qual atitude tomará o governo face à persistência dos índios, uma vez que a mesma decisão judicial que determina a desocupação do terreno determina também que ela só aconteça quando estiver definido o local para onde os ocupantes do local serão transferidos.


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