Na tarde desta terça-feira, dia 27, o governador do estado, Geraldo Alckmin, durante a cerimônia de posse do novo comando das polícias, anunciou que o policiamento nas ruas será aumentado com mais 960 soldados. Outros setores também serão reforçados.
Em meio à maior crise de segurança pública no estado desde a década de 90, com número de homicídios astronômico, sendo boa parte destes, causados por policiais. A solução apresentada pelo governador para o problema se resume em trocar de cargos alguns membros da alta burocracia e reforçar as polícias que têm se revelado uma verdadeira arma de guerra.
Desde o aprofundamento desta crise, em outubro, o governador já havia ampliado o número de policiais nas ruas e ainda fornecido novos armamentos, mais precisos e letais.
No dia 10 de outubro, o governador já havia anunciado que 5 mil policiais seriam deslocados de funções administrativas para reforçar as ações de rua. As principais áreas que estes atuariam seriam na região metropolitana e na baixada santista que, à época, também foi alvo de homicídios.
Mais tarde no mesmo mês, foi anunciada a compra de novas submetralhadoras para a PM. Foi comprada a Famae SMT.40 para o uso de oficiais, mas o governo não anunciou a quantidade.
Agora, além dos 960 que devem atuar principalmente na Grande São Paulo, a Polícia Civil será reforçada com 322 delegados e a Polícia Científica, com 80 peritos e médicos.
As medidas já tomadas, não representaram uma melhora nos números, pelo contrário, a letalidade policial é uma das maiores dos últimos 10 anos e os homicídios que são reconhecidos como causados por membros da polícia, continuam a acontecer.
Por trás de toda esta política, está o aumento da repressão às comunidades pobres e o estabelecimento de um clima de terror. A população das periferias não pode sequer sair de casa à noite, pois está sujeita a encontrar um policial.
Esta situação coloca à ordem do dia a dissolução das polícias militares. Fica evidente que o estado não é capaz e não pretende oferecer uma real segurança para a população, mas sim usar do seu poder de fogo para reprimir e favorecer a classe dominante