O operário da Camargo Correa na Hidrelétrica de Jirau, Josivan França Sá, foi atingido por um disparo nas proximidades da rodoviária do distrito de Jaci Paraná (Porto Velho). Josivan era do município de Pedro do Rosário, no Maranhão, de 24 anos, estava trabalhando no canteiro de obras da Hidrelétrica de Jirau, onde teve a função de sinaleiro e ultimamente de armador de ferragens. O operário faleceu dessangrado após receber um disparo que atingiu uma artéria no pescoço.
Josivan, que estava alojado dentro do canteiro de obras de Jirau, durante o domingo tinha ido almoçar e lavar a roupa em casa de parentes. Segundo companheiros, ele não bebia e aquela noite tinha tomado somente uma garrafa de suco. Mais de 300 pessoas estavam esperando desde às 11 horas da noite a chegada dos ônibus do último turno, que não chegaram. Alguns ônibus que passavam pela estrada não quiseram parar. Revoltados, alguns operários tentaram interditar com madeiras a BR 364. Em seguida, chegou uma viatura da polícia, que mandou retirar as madeiras da estrada. Quando chegou uma segunda viatura, começou-se um confronto de trabalhadores com a polícia, que utilizou gás pimenta e atirou nos operários rebelados.
Segundo seus amigos, Josivan não participava do confronto e estava a uns cem metros do local onde estava a polícia quando caiu no chão atingido por um disparo. Diversas testemunhas recolhidas no local relatam que mais outro operário estava caído na chão e que, portanto, foram dois os atingidos, porém não há mais informações sobre o que aconteceu com o segundo atingido e nem sobre a identidade dele. Posteriormente a polícia utilizou balas de borracha contra os operários revoltados e outras pessoas ficaram feridas e sangrando.
Diversos parentes de Josivan e moradores das proximidades foram avisados da morte dele. O corpo do operário já foi liberado pelo Instituto Médico Legal e, na Funerária Dom Bosco, foi preparado seu corpo para ser enviado ao Maranhão.
Segundo testemunhas, o uso de gás pimenta pelos policiais contra operários é habitual, enquanto os operários reclamam por serem agredidos pela polícia diariamente. Também é habitual acumular muitas pessoas para ingressar no último ônibus que passa em Jaci Paraná para o canteiro de obras. Neste último domingo os ônibus somente chegaram depois do violento confronto.
A CPT tem repassado as informações para autoridades, para o Ministério Público Federal, Estadual e do Trabalho e os jornalistas de Porto Velho. Existe temor de que, por estes fatos, uma nova revolta violenta tomasse conta do canteiro de obras da Usina de Jirau.
Com informações de CPT e Vias De Fato


