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130530 feminismoBrasil - FSD - [Por: Verinha da S. Aguiar] A organização da mulher na luta por seus direitos é anterior ao movimento feminista, e sempre foi considerado de fundamental importância para os socialistas.A idéia da libertação da mulher nasceu no terreno fértil do movimento socialista mundial, no final do século XIX e começo do século XX.


As raízes da luta das mulheres são encontradas nos escritos de Marx e Engels, em “A origem da familia, da propriedade privadas e o Estado, que é a base da visão dos socialistas da necessidade da libertação da mulher proletária. Esta visão foi reivindicada por Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo e Alexandra Kolontai, entre outras.

Com o avanço da luta das mulheres teorias e concepções surgiram como base do movimento, no ultimo século nasce o movimento feminista abarcando as lutas das mulheres, o feminismo tem origem burguesa, mas  contempla também as mulheres do proletariado, que iniciaram a luta das mulheres no movimento socialista.

O feminismo quer ser  uma luta para todas as mulheres contra a opressão do machismo, mas dentro do movimento encontramos visões diferentes de como se dará esta luta:

 - Algumas reivindicam um feminismo anticapitalista, transformador e revolucionário;

 - Outras defendem as bandeiras do feminismo por dentro do sistema capitalista, sem rompimento com ele.

Na primeira defesa, a concepção socialista, não é possível igualdade entre homens e mulheres por dentro de um sistema que se sustenta das diferenças e por isso as aprofunda  , estimulando a idéia mentirosa de que homens são a direção natural e as mulheres são dirigidas por eles por que são inferiores.

A segunda defesa do feminismo, por dentro do sistema capitalista, é o mais aproximado da idéia original de movimento feminista que buscava equiparação com os homens de sua classe e não revolução social.

O feminismo ao chamar todas as lutas para si imprime a idéia de que todas as mulheres têm um objetivo único: Lutar contra o machismo. É verdade, esta é a demanda comum de todas as mulheres, mas a luta contra o machismo se dá de formas diferentes para mulheres diferentes.

O problema de se relacionar a abordagem das mulheres como setor único, é que o mundo não as trata assim, o mundo é dividido em classes que se sobrepõe umas as outras, desta forma o capitalismo atinge de forma diferenciada as mulheres burguesas e as mulheres trabalhadoras.

Quando falamos que o capitalismo se apropriou da ideologia machista, estamos falando sobre a utilização de uma opressão para explorar um seguimento da classe trabalhadora: As mulheres.

Todas as mulheres são vitimas da opressão do machismo, mas as trabalhadoras são duplamente vitimadas, combinando a exploração de classe com a machista, se negra, triplamente vitimada, somando ainda o racismo. A lógica funcional da sociedade capitalista é a exploração de uma classe sobre a outra, em algum momento este enfrentamento de classes aparecerá e dividirá a luta feminista.

 Você esta se perguntando: Como assim?

 Digamos que aconteça uma greve onde as mulheres reivindicam equidade salarial com os homens. As mulheres que são patroas (burguesas) entram em um dilema: Apoiar uma bandeira fundamental do feminismo dando as funcionárias este direito de igualdade e com isso perder seus lucros advindos da utilização do machismo pelo capitalismo, ou posicionar se contra as funcionárias, renegando uma bandeira histórica do feminismo.

Um exemplo muito bom do que falamos aqui é a Pec da empregada doméstica, quantas mulheres patroas ficaram felizes com este direito que as domésticas adquiraram?

Para que a luta fosse única, as mulheres da burguesia teriam que reconhecer-se como privilegiadas, e abrir mão destes privilégios, o que é muito difícil de acontecer. Portanto, o enfretamento ao modelo capitalista/machista requer enfretamento de classes.

Você se pergunta por que com todos os avanços que obtivemos com o Ascenso da luta das mulheres, continuamos com as diferenças aprofundadas, por que os números de casos de violência contra a mulher subiram 217% desde 1980, por quê? Por quê?

 Por que o capitalismo permite algumas vitórias das nossas lutas, sem, contudo perder o poder de usar isso em seu beneficio. Quando o sistema entra em crise, as diferenças são aprofundadas, não é a toa que as primeiras a serem demitidas de uma empresa em época de crise são as mulheres, afinal, “mulheres são mais inconvenientes ao exercício de qualquer profissão” elas engravidam, precisam faltar para levar filhos ao médico, ou qualquer outro familiar, etc.

 As conquistas que são garantidas em período de Ascenso são atacadas. Exemplo disso são as conquistas das mulheres no Estado de Bem Estar Social Europeu, que estão sendo dizimadas uma a uma.

Para que isso aconteça é necessário retomar as concepções classistas que fizeram parte das lutas das mulheres do sec. XX, que, por exemplo, se opuseram as mulheres burguesas que defendiam o direito ao voto apenas as mulheres que tinham propriedade privada (Europa, Estados Unidos e Brasil). É necessário a união das mulheres trabalhadoras em torno de um programa que reivindique o fim das opressões que estão voltadas para ela.

Que o nosso feminismo seja uma luta de mulheres protagonizando e tendo como apoio os homens do proletariado, companheiros de classe social empunhando as mesmas lutas.

Que as bandeiras do feminismo sejam levadas pela classe trabalhadora mundial, para que esta classe passe a governar sobre um novo caráter, controlando a economia com outro propósito, em que deixe de ser critério de organização e sustentação da sociedade, a opressão de uma classe sobre a outra.

As conquistas ainda beneficiam um setor de mulheres, as mulheres da burguesia ou representantes da política burguesa, por que elas também estão atuando junto com o sistema na retirada de direitos de homens e mulheres trabalhadoras. Ângela Merkel é protagonista neste cenário: Ela é a principal articuladora dos planos de austeridade para toda a Europa.

 O feminismo precisa compreender a diferença que o machismo atinge mulheres de classes sociais diferentes, tratando desiguais como iguais não atingiremos a igualdade, mas aprofundaremos as desigualdades.

Que o nosso feminismo resgate a idéia que sempre se apresentou como a mais coerente para resolução dos problemas das mulheres: A Luta contra o capitalismo e a construção do socialismo.

 


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