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espBrasil - Diário Liberdade - Uma aula em que, nem professor, nem alunos, podem abrir o bico para falar de uma coisa que interfere diretamente em nossas vidas: política.


É o que preveem projetos inspirados no programa Escola sem Partido que tramitam em âmbito federal e em diversos estados do Brasil. Um exemplo é o PL 1411/2015, do deputado reacionário Rogério Marinho (PSDB), que prevê pena de prisão para o professor acusado de “assédio ideológico”.

Esse tipo de projeto chega ao cúmulo da hipocrisia ao impedir a livre discussão de temas do cotidiano de milhões de estudantes de todo o país, que afetam principalmente a vida dos jovens da classe trabalhadora.

A bandeira conservadora da defesa da família, do autoritarismo dos pais sobre os filhos, além dos princípios religiosos à frente da ciência é um dos motores demagógicos da empreitada, que tem por finalidade calar os professores que resistem e lutam por uma educação crítica que liberte a mente dos alunos, para sair do senso comum e da completa dominação ideológica da burguesia e do próprio sistema de ensino.

O Escola sem Partido é uma ONG criada em 2004 e inspirada em uma organização estadunidense que tem os mesmos objetivos: perseguir os professores de esquerda. O próprio programa da ESP critica a “doutrinação ideológica de esquerda” nas salas de aula. A ONG é financiada por emprários brasileiros e estrangeiros e tem apoio dos grandes meios de comunicação.

Seu porta-voz é o advogado Miguel Nagib, amigo de Olavo de Carvalho, o “guru espiritual” da ignorante ultradireita brasileira. Segundo Nagib, em sala de aula, “o professor não pode ter liberdade de expressão”.

Tais projetos e afirmações remetem a períodos obscuros na história da educação brasileira e mundial. O Escola sem Partido é uma repetição de medidas fascistas e totalmente reacionárias que já ocorreram ao longo dos tempos.

Durante a Inquisição, não havia liberdade de expressão e as escolas eram controladas pela Igreja Católica. Quem ousasse divergir dos dogmas da Igreja, era perseguido e até morto brutalmente.

Na Alemanha nazista, assim como na Itália de Mussolini, professores que ousavam denunciar as atrocidades ou criticar minimamente o regime eram perseguidos e presos, e muitas vezes assassinados.

Os militares no Brasil, entre 1964 e 1985, executaram amplas campanhas contra os professores e o movimentos estudantil. Agentes se infiltravam nas salas de aula para vigiar os professores e, inclusive – assim como na Alemanha nazista –, os pais e os alunos eram incentivados a delatar os professores que não concordavam com a ditadura.

Essa última prática é copiada pela organização fascista Escola sem Partido, que, em seu site, incentiva a delação de professores que citam qualquer coisa identificada com ideias de esquerda. A página da organização também defende a educação moral, tal como, durante a ditadura militar, havia nos currículos escolares a “educação moral e cívica”.

Durante o regime militar, os professores de esquerda eram eliminados do magistério. Não eram poucos os docentes que, ao terem suas aulas interrompidas por agentes do Estado, nunca mais eram vistos nas escolas.

Agora os professores que apresentarem a seus alunos uma visão de mundo crítica e diferente da alienação imposta pelo Estado burguês e pela mídia capitalista, os professores que ensinarem seus alunos a pensar de forma emancipatória, terão o mesmo destino.

Isso é o que querem os idealizadores e patrocinadores do programa Escola sem Partido que, aliás, são simpáticos ao golpe de 1964, o qual consideram ser uma “contra-revolução democrática”. Realmente, querem a volta da ditadura (como muitos nos protestos da direita contra o governo), ao menos nas escolas.


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