Durante esse período, cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fazer o cadastramento das 530 famílias acampadas na área, além de fazer o levantamento da cadeia nominal para saber quem são os verdadeiros donos da fazenda.
Kiko Alécio, que se declara proprietário da Fazenda Papuã, não conseguiu comprovar ser o dono da terra por meio das documentações apresentadas.
Além disso, caberá ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mapear a propriedade e levantar os crimes ambientais existentes. Segundo relato da coordenação do acampamento, os crimes vão desde desmatamentos nas margens dos rios, drenagem de banhados e soterramentos de nascentes.
De acordo com João Maria, da coordenação do MST, já era esperado que não saísse o assentamento das famílias nesse primeiro momento, com a audiência tendo mais um caráter de conciliação.
As famílias retornam animadas ao acampamento para organizar a produção, construir uma escola itinerante e um posto de saúde, relata Camila Munarini, coordenadora do MST. "Nesse momento as famílias devem fazer daquele lugar um lugar bom de se viver, com solidariedade e companheirismo, construindo novos valores sociais e uma nova relação com a natureza".
Na negociação, os Sem Terra conquistaram uma área de cerca de 10 hectares para iniciarem o plantio e a criação de animais.