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231212 barelaBrasil - CSP-Conlutas - Paulo Barela, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas fala sobre os preparativos da campanha salarial de 2013 e a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, como contra o ACE e pela anulação da reforma da previdência.


Jornal do Sindsef-SP – A respeito da campanha salarial, como estão as negociações?

Paulo Barela – Ainda não foram abertas as negociações com o go­verno uma vez que fechamos o pro­cesso 2012 já na metade do segun­do semestre. Aliás, boa parte dos acordos ainda não foi formalizado pelo governo, como a constitui­ção dos comitês de carreiras para instrumentalização das novas GQ (Gratificações de Qualificação), apenas para citar um exemplo.

Sindsef-SP – Qual a expectativa para 2013, diante dos acordos já assinados?

Barela – Os acordos firmados em 2013 foram uma vitória se compa­rados ao último período em que o governo conseguiu impor o conge­lamento salarial sobre a categoria e a subtração de direitos, como a criação da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitala­res) e o FUNPRESP (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal).

É inegável que o governo foi derrotado em sua política de con­gelamento salarial ao ser obriga­do, depois da poderosa greve geral do funcionalismo federal, a conce­der R$ 12 bilhões/ano de reposição salarial até 2015, se considerar­mos que em 2011 o aporte orça­mentário para Despesas de Pesso­al da União foi de 0%, enquanto que em 2012 não passou de R$ 1,5 bi. Porém, as conquistas ficaram muito aquém das reivindicações da categoria e, no caso dos do­centes das universidades federais e ensino médio federal, o governo Dilma/PT “estendeu uma mão e chicoteou com a outra” impondo prejuízos significativos à carreira.

Isso significa que vamos entrar na Campanha Salarial-2013 exi­gindo o cumprimento dos acordos de 2012 e a revisão dos pontos não contemplados na campanha desse ano.

Sindsef-SP– Como será o enfrenta­mento daqui pra frente?

Barela – Tende a ser muito mais di­fícil! Primeiro porque a crise mun­dial se agudiza e as perspectivas negativas para o Brasil tendem a se confirmar. O crescimento econô­mico, por exemplo, deve ficar em patamar de 1% (PIB), projetando um ano 2013 muito difícil para os capitalistas em nosso país, acom­panhando a tendência da crise na Europa.

O governo Dilma, que repre­senta os interesses dos banqueiros, grandes empresários e do agrone­gócio, vai tentar impor a política de seus colegas europeus buscan­do impor o ajuste fiscal e o finan­ciamento da alta dos lucros para esses setores. Evidente que à custa do suor e o sangue dos trabalha­dores. Por isso está tentando, mais uma vez, mexer em direitos histó­ricos básicos da classe trabalha­dora, como as conquistas da pre­vidência, das leis trabalhistas e do direito de greve e livre associação sindical.

Porém, o funcionalismo fede­ral acumulou energia na última greve e se prepara desde já para mais uma batalha. Vamos para o enfrentamento em uma conjuntura difícil, mas sabedores de que não podemos admitir a retirada de di­reitos e, ao mesmo tempo, frente à crise econômica do capitalismo, exigir a preservação de nossas conquistas. A unidade construída em 2012 deve ser novamente tes­tada neste 2013. Se a greve desse ano é um esteio para a mobiliza­ção, o exemplo das greves gerais na Europa é a inspiração para a nossa luta. Esta, com certeza, será retomada em 2013.

Sindsef-SP – A respeito do Acor­do Coletivo Especial, quais os próximos passos após o seminário nacional realizado em Brasília no último mês?

Barela – Vamos desenvolver uma ampla campanha de denúncia con­tra esse projeto de flexibilização dos direitos trabalhistas, elaborar cartilha educativa, lançar carta­zes, manifestos e todo tipo de ma­terial de propaganda que por um lado, denuncie a política traidora do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT e, por outro, orga­nize os trabalhadores para a resis­tência. O período anterior à mar­cha indicada abril de 2013 será marcado por seminários, palestras e debates, combinado com ações públicas de mobilização da popu­lação com material que esclareça o cidadão sobre os efeitos do ACE.

Sindsef-SP – A marcha indicada para a primeira quinzena de abril será específica sobre o ACE ou pretende aglutinar outros eixos e setores? Quais?

Barela –A luta contra o ACE é um elemento determinante na conjun­tura, porque os setores conciliado­res acham que a saída para a cri­se econômica mundial passa pelo sacrifício dos direitos da classe trabalhadora. Ou seja, cedem às chantagens dos patrões e governos burgueses que impõem a exigên­cia da diminuição de direitos em troca da estabilidade econômica, como se fossem os trabalhadores responsáveis pela crise produzida pela exploração capitalista. Esse é o centro!

Porém, o julgamento no Supre­mo Tribunal Federal do chamado “Mensalão” provou que a Reforma da Previdência de 2003, que rou­bou importantes direitos dos servi­dores públicos, foi aprovada com a compra de votos de parlamentares em uma operação organizada pe­los principais articuladores po­líticos do PT e do governo Lula, como José Dirceu, José Genuíno, Delúbio Soares, dentre outros, e operada por Marcos Valério. Nes­se sentido, a Campanha Nacional pela Anulação da Reforma da Pre­vidência, deflagrada pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servi­dores Federais, também toma rele­vância na manifestação em Brasí­lia no dia 17 de Abril.

Além disso, a manifestação também é pelo fim do famigerado Fator Previdenciário e contra a Fórmula 85/95 que visa impor a combinação de tempo de contri­buição e idade para a aposentado­ria. Por fim, inclui-se ainda uma série de demandas dos movimen­tos populares, estudantis, da luta contra a opressão e uma série de reivindicações históricas de nossa classe, como moradia popular e reforma agrária.


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