O governo Dilma só está esperando passar as eleições para dar continuidade ao plano de privatizações de portos e aeroportos no País. Foi anunciado na última semana que será colocado em marcha novas concessões de portos e terá continuidade o processo de venda dos aeroportos brasileiros.
Estas novas concessões tanto de portos como aeroportos estão previstas para outubro, de acordo com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em recente entrevista na NBR, canal de TV oficial do governo.
Para disfarçar o verdadeiro caráter destas concessões que não passam de privatizações ou negociatas onde o patrimônio brasileiro está sendo entregue para capitalistas lucrarem, o governo tenta apresentar como um avanço para o País.
Entre as medidas que estão sendo apresentadas está a redução de 30% nas tarifas portuárias após as privatizações, isso seria uma condição para que as empresas praticassem menores preços a título de maiores investimentos e competição no setor.
"Na Europa, você tem concorrência porto a porto, e dentro dos portos os terminais disputam um com o outro, e é isso que faz os preços caírem por lá."
Esta política não passa de desculpa para justificar a entrega dos portos para a exploração estrangeira. Basta lembrar que medida semelhante a esta já foi implantada nas privatizações de rodovias em relação ao preço dos pedágios e obviamente que as empresas não cumpriram e aplicaram preços abusivos.
Cedendo à pressão
Em relação à privatização dos aeroportos, o governo já está voltando atrás a respeito da participação da Infraero no controle das concessões. Quando fez o anúncio de que colocaria a empresa nas mãos de capitalistas, o governo Dilma disse que a Infraero seria majoritária nestes consórcios, ou seja, teria o maior controle na administração dos aeroportos. Mas em poucos meses o governo já está cedendo à pressão dos grandes operadores de aeroportos que se declararam interessados em “investir” neste setor no Brasil.
A ministra-chefe da casa civil não demonstrou nenhuma oposição em ceder neste ponto para os capitalistas estrangeiros, “nós queremos falar com as grandes operadoras de aeroportos de todo o mundo, saber da experiência, da gestão dessas operadoras, que já conhecemos por referências, e queremos saber o interesse que elas têm pelo Brasil" (EFE, 21/9/2012).
Sem a participação da Infraero como controladora das concessões o governo está entregando nas mãos do capital estrangeiro o controle total dos aeroportos brasileiros, o que vai permitir um sucateamento ainda maior deste serviço no País.
O PT está dando continuidade à mesma política que o PSDB fez em larga escala na década de 1990 entregando o que resta de patrimônio público no Brasil para a exploração desenfreada dos capitalistas estrangeiros.