Snowden revelou detalhes do Prisma, projeto de espionagem global do governo dos EUA. A análise mais detida dos documentos, no entanto, revelou que o Brasil está no centro desse plano de espionagem e mais, que Dilma Rousseff está sendo monitorada e teve e-mails, telefones e computadores espionados.
Esse fato é um completa violação da soberania nacional e contra isso deveriam ser tomadas medidas enérgicas.
O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, disse que o fato é “gravíssimo”. Dilma se reuniu com ministro e pediu explicações ao governo de Barack Obama. No entanto, não houve nenhuma ação efetiva.
A falta de resposta do governo brasileiro equivale a um sinal verde para a espionagem e é a atitude de um verdadeiro capacho do imperialismo.
Nem mesmo as medidas diplomáticas tradicionais foram tomadas.
Em um caso de tal gravidade, a suspensão das relações diplomáticas é uma obrigação. Não é possível conviver diplomaticamente com um país que espiona o chefe de estado de outro país. Nesse sentido, seria preciso imediatamente mandar embora o embaixador norte-americano e trazer o embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Também seria necessário abrir um inquérito para apurar os acontecimentos e deter qualquer um que possa ter colaborado com o governo estangeiro por espionagem. Isso inclui suspender as atividades de empresas estrangeiras que tenham contribuído para a espionagem, as empresas de telefonia e criar um dispositivo que impeça os sites estrangeiros, como o Google, de retirar os dados do País.
Dilma estaria esperando uma posição da ONU para não “enfrentar” os EUA sozinha. O receio estaria no fato de que o país é um importante parceiro comercial do Brasil. Esperar a ONU tomar medidas contra os EUA é inacreditavelmente ridículo, uma vez que esse organismo é um braço do imperialismo norte-americano.
Na questão comercial, não se trata de um “parceiro”, mas de um predador. Os EUA impõem suas regras e interesses ao Brasil, assim como na maioria do globo, e a única coisa que o Brasil tem a fazer é acatar.
Muitos levantaram a hipótese de que a espionagem tinha como objetivo obter informações privilegiadas sobre o pré-sal. Não há dúvida, quando observamos esse caso, que os EUA têm muito mais interesse no Brasil, do que o Brasil nos EUA. Mas também não há dúvida quando observamos a história do País. O Brasil deixou de desenvolver setores importantes de sua indústria, como o setor de informática, montadoras de automóveis, aviões etc. não por falta de capacidade, mas por exigência do imperialismo, que não quer nenhuma concorrência. Mas, logicamente, vai muito além de tudo isso, ingressando no terreno político e de uma verdadeira agressão militar contra o país como um todo.
O preço a se pagar pela submissão aos Estados Unidos, pela falta de ação diante dessa violação descarada da soberania nacional é muito mais do que a falta de um ou outro produto ou de compradores para as nossas mercadorias. A dominação econômica necessita também de uma dominação política. É o preço de ter um país dominado pelos interesses estrangeiros e impedido de se desenvolver. Permitir que espionem as autoridades brasileiras sem responder energicamente a isso é indicar que o Brasil continua com as fronteiras abertas para os Estados Unidos o controlarem, como vêm fazendo há muitas décadas.