Os dados apresentados pelo MMA ilustram um ciclo já conhecido por ambientalistas, em que florestas são substituídas primeiro por pastos, para, depois, darem lugar a plantações de monocultivo em latifúndios com uso intensivo de agrotóxicos e alto impacto ambiental. O avanço das fronteiras agrícolas acontece em todos os biomas terrestres com amplo financiamento de bancos públicos e privados, que, por vezes, desconsideram a varíavel ambiental ao conceder empréstimos e facilidades de financiamento.
O avanço da a pecuária na Amazônia, por exemplo, tem sido apoiado com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), que é gerenciado pelo Banco da Amazônia. Trata-se de fundo criado para promover o crescimento equilibrado da região, com o objetivo declarado de "atender às atividades produtivas de baixo impacto ambiental, cuja macrodiretriz é o desenvolvimento sustentável da Região Norte".
Em todos os biomas terrestres, o avanço e intensificação da produção agropecuária são apontados como principal vetor para o risco de extinção, conforme é possível observar no gráfico divulgado pelo MMA e reproduzido abaixo:
O infográfico também traz informações significativas sobre outras ameaças graves ao meio ambiente. No bioma Marinho, na Amazônia e no Pantanal, a captura é fator de grave risco para a fauna. No Cerrado e no Pampa, ela fica praticamente junto com as queimadas, comuns na limpeza de terreno para abertura de pastos. Na Mata Atlântica e em Ilhas, a expansão urbana assume papel de destaque. Na Caatinga, o destaque é para a mineração.
Além da divisão de vetores de risco por biomas, a divulgação do MMA também apresenta o número de espécies ameaçadas, conforme é possível observar no infográfico abaixo (clique aqui para ver todas as espécies). A quantidade aumentou significativamente de 2003 para 2014, mas isso se justifica também pelo fato de mais espécies terem sido analisadas nesta edição.