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121022 joaopedrostedileBrasil - Adital - "A reforma agrária está parada no Brasil”. Este foi o diagnóstico de João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ao fazer uma avaliação sobre a questão agrária no país. Em entrevista à Adital, o ativista esclareceu os motivos deste estancamento e afirmou acreditar que até o final do mandato da presidenta Dilma Rousseff as políticas voltadas para o campo possam mudar.


Stedile assegura que são quatro os motivos pelos quais a reforma agrária, política tão necessária, está estacionada. "Devemos este problema a quatro fatores. O primeiro é avanço do agronegócio no país, que hoje tem a hegemonia da produção; o segundo é a crise capitalista no mundo, que trouxe para o Brasil vários investidores capitalistas dispostos a investir, o que causou um aumento no preço das terras; outro motivo é que os ruralistas estão barrando a reforma agrária; e em último lugar, a reforma está parada porque os movimentos do campo estão com dificuldade para retomar as grandes mobilizações por terra”, avalia.

Para o ativista, mais que nunca, neste momento a população brasileira precisa de uma verdadeira reforma agrária, que recoloque a produção de alimentos, adote a agroecologia e retome para os/as brasileiros/as o controle dos recursos naturais.

Analisando o governo da presidenta Dilma Rousseff, há dois anos a frente do Brasil, Stedile entende que a atual gestão tem uma composição de classes, dando atenção à grande burguesia, à classe média e aos mais pobres, sendo revestida também de força política, mas engessada para as mudanças estruturais que o país precisa.

"Até o final do mandato, com a agudização da crise financeira internacional e o enfraquecimento de alguns partidos tradicionais, isso pode levar o governo de Dilma Rousseff a ser mais audaciosos e produzir as transformações esperadas”.

A necessidade de fomento à agricultura familiar também foi retomada pelo ativista do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que ressaltou que hoje a estrutura da produção agrícola se configura da seguinte forma: 85% dos recursos são voltados para a produção para exportação e apenas 15% se destinam ao mercado interno. Stedile defende a necessidade de se mudar a estrutura agrícola para que a agricultura familiar "seja o centro e não o complemento”.

"Para que isso seja possível seria necessário que a Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] comprasse uma parte maior da produção; que se recuperassem as áreas degradadas na pequena agricultura; adotassem técnicas da pequena agricultura, como a não utilização dos agrotóxicos; e se fizesse o fortalecimento da agroindústria cooperada, que possibilitaria a criação de pequenos frigoríficos, pequenas fábricas de laticínios”, apontou, lembrando que estas são, justamente, algumas das plataformas que os movimentos do campo estão reivindicando.

"A sociedade brasileira está vivendo um momento histórico de enfrentamento entre o modelo capitalista, que é o agronegócio, e o modelo da agricultura familiar e da reforma agrária, que visam alimentos para todos e todas. Esses projetos estão se enfrentando todos os dias no campo e na política, como foi visto nas discussões sobre o Código Florestal. Mas tenho a esperança de que a população e governos vão se conscientizar que o agronegócio é perverso”, encerrou.


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