O que chamou a atenção neste episódio foi a posição do Sindicato dos Jornalistas de Brasília. Esta entidade criticou a atitude do CQC e propôs que as assessorias de imprensa do governo criem restrições à atuação do CQC. O motivo desta atitude seria a defesa dos profissionais da imprensa, que teriam suas imagens afetadas pela postura dos humoristas do CQC, uma vez que estes também atuam em coletivas de imprensa.
Neste caso, a questão central não é fazer uma avaliação sobre a conduta e o conteúdo do programa CQC. Mas o fato de que a proposta do sindicato de Brasília pode ter como consequência uma restrição à própria atividade jornalística.
O sindicato pede, na verdade, que as assessorias de imprensa do governo censurem a atuação do CQC. Esta censura, no entanto, também poderia se estender aos próprios jornalistas. Bastaria que algum profissional da imprensa fazer perguntas que sejam consideradas “inoportunas” ou que “manchem a imagem da imprensa” para que ele também seja censurado.
Neste sentido, a atitude do sindicato de Brasília vai justamente no sentido oposto da defesa da atividade jornalística, pelo contrário, acaba justificando a censura e a tentativa de cassar completamente a liberdade de imprensa.