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darcy brizolaBrasil - LBN - [Leonel Brizola Neto] Durante o governo Brizola [Rio de janeiro, década de 80], Darcy Ribeiro (foto, esquerda) fez um trabalho admirável, que não tem paralelo na história Rio e que deve ser realçado como um paradigma para o futuro, a fim de evitar o câncer da especulação imobiliária.


O ecotrabalhismo de Darcy e Brizola (diferente do PV pró-capitalista) não separou o regime de trabalho da natureza, assim como denunciou que o subdesenvolvimento depreda o meio ambiente.

É que a burguesia de país subdesenvolvido (mais do que no centro do capitalismo) tem necessariamente um comportamento antiecológico. Um dos tópicos essenciais da programática pedetista foi o cuidado com a natureza junto com a preocupação com os socialmente deserdados, de que resultou a educação como um "plano de emergência" a curto e médio prazo, como dizia Darcy.

Um dos caminhos para preservar a arquitetura da cidade (o trabalhismo sempre acercou-se de excelentes arquitetos dotados de visão publica) foi "a política de tombamento e salvação", a exemplo de: Fundição Progresso, Bonde de Santa Teresa, Dunas de Cabo Frio, Praia de Grumari, Hotel Copacabana Palace, Rua da Carioca, Coreto de São Cristóvão, pedra do sal. Este tombamento foi um dispositivo humanista e estético para que as futuras gerações pudessem olhar a cidade como seus avós a viram.

Dirigindo a Secretaria de Cultura, Darcy Ribeiro (um dos maiores antropólogos da América Latina) esforçou-se para implantar uma concepção de cultura como modo de conduta e expressão da humanidade, portanto o exercício da cultura existe tanto com chineses quanto com os xavantes. Em outras palavras não existe cultura superior ou inferior.

O governo brizolista se insurgiu contra a rígida separação entre cultura popular (o carnaval por exemplo) e o balé ou a ópera (cultura erudita).

Quando abriu as portas do Municipal para Clementina de Jesus cantar foi um escândalo. A direita reclamou: "onde já se viu uma negra cantando no teatro municipal, que é o espaço reservado ao balé e a ópera". Mais a concepção trabalhista não descuidou da biblioteca e do livro "o tijolo com que se constrói o espírito", na bonita definição de Darcy Ribeiro.

Infelizmente Darcy batalhou mas não conseguiu implantar na Secretaria de Cultura uma televisão. Ele queria romper com o monopólio videofinanceiro, a televisão comercial gerida e administrada para vender mercadoria, e mercadoria ruim. Em suma, o governo de Leonel Brizola (foto, direita) teve uma política de grande avanço cultural ao reivindicar simultaneamente os direitos do trabalhador, da juventude, da mulher, do negro e do índio. A reação da direita contra o trabalhismo foi pesada. O governo Sarney (o ministro ACM) e a TV globo (tendo como bonecos Moreira franco e Gabeira) fizeram de tudo para que Darcy não ganhasse as eleições (governador) de 1986, acusando-o de ser contra a inflação e a estabilização (plano cruzado) do preço do arroz e do feijão.

A direita venceu, o trabalhismo perdeeu a eleição, enquanto a dobradinha Moreira e Gabeira ficou irradiante de contentamento, o câncer de Darcy Ribeiro retornou implacável de tanta amargura sofrida pela derrota eleitoral, que para ele foi tão psicologicamente desastrosa quanto o golpe de 64. E ele tinha toda a razão de pensar assim, perder a eleição para dois badamecos!

Fato é que Darcy perdendo o governo de 1986, Leonel Brizola teria menos chance de alcançar a presidência em 1989, data que pode ser considerada o golpe fatal contra o trabalhismo brizolista.

A direita armou a estratégia sinistra: o plano cruzado era para destruir no plano regional e detonar Brizola no plano federal. E foi justamente que aconteceu. O infortúnio para o povo brasileiro.

Leonel Brizola Neto é vereador pelo PDT no Rio de Janeiro.


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