No aniversário de 50 anos do golpe de 1964, a impunidade dos militares foi um dos principais assuntos. A Anistia Internacional, por exemplo, lançou uma campanha pela revisão da Lei da Anistia, aprovada em 1979 pelo general Figueiredo e que deu um respaldo legal para que assassinos e torturadores permanecessem impunes até hoje.

A necessidade de reverter este quadro ganhou ainda mais força com a revelação que agentes da repressão prosseguíram partidários da guerrilha do Araguaia até os anos 90, ou seja, mesmo sobre o período democrático. Durante o governo Fernando Henrique Cardoso os militares deram continuidade a Operação Limpeza, iniciada nos anos 70 e foi responsável por perseguir adeptos da guerrilha. Em tese, ela teria chegado ao fim neste período, mas agora documentos da Comissão da Verdade mostram que não.

Pessoas nos estados do Tocantins, Mato Grosso e Maranhão foram perseguídas por terem apoiado em algum momento a luta guerrilheira.

Este fato mostra que se por um lado os assassinos e torturadores foram anistiados, por outro as perseguições continuaram. O que mostra a necessidade de revogar a Lei da Anistia, abrir os arquivos da ditadura e punir os agentes da repressão.