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golpe-antifascistaBrasil - Causa Operária - Ontem, mais de 2 mil pessoas foram às ruas para impedir o avanço da extrema-direita que deseja um novo golpe militar no País.


O dia 22 de março foi marcado pelo confronto político de dois polos opostos da política nacional. Em São Paulo, na Praça da República, se reuniram grupos de direita (incluso fascistas e alguns militares da reserva) que organizaram a "Marcha da Família com Deus e pela Liberdade II – o retorno" e, entre outras coisas, foram às ruas pedir a volta da ditadura militar. Ainda na capital paulista, na Praça da Sé, ocorreu uma manifestação para se contrapor ao golpismo. A "Marcha Anti-Golpe e Antifascista" reuniu 2 mil pessoas entre grupos de esquerda e movimentos sociais que foram até a sede do antigo DOPS, localizado nas proximidades da estação da Luz.

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Em primeiro lugar a "Marcha Anti-Golpista" foi vitoriosa não apenas porque foi maior que a "Marcha da Família". Mas principalmente porque ela representou um importante avanço para a constituição de uma Frente Única de toda a esquerda e do movimento operário contra o golpismo e o fascismo. Embora a maioria dos partidos de esquerda não tenham apoiado a manifestação, nas ruas se viu militantes do Psol, PT, PCdoB. O PCB, PCR, PCML também marcaram presença. Diversos movimentos também compareceram como a "Auditoria Cidadã da Dívida", movimentos populares como o dos moradores de Vargem Grande (bairro do extremo sul de São Paulo) que lutam contra as remoções, os Black Blocs, alguns líderes sindicais, entre outros. O Partido da Causa Operária (PCO), organização que edita este jornal, participou da organização da Marcha e compareceu em peso com militantes de São Paulo e de outras localidades.

O senador Eduardo Suplicy (PT) também estava na Praça da Sé, onde discursou para os presentes criticando a ditadura de 1964 e as iniciativas que pedem um novo golpe. Ainda foram vistos na Marcha o padre Júlio Lancelot e o deputado estadual Adriano Diogo (PT), embora nenhum dos dois tenha feito discurso ao longo do trajeto.

Mas não foram apenas organizações e lideranças da esquerda que compareceram ao protesto. Entre os manifestantes havia antigos perseguidos da ditadura, parentes de desaparecidos políticos e cidadãos que, rejeitando a direita, decidiram se somar ao anti-golpismo. Esta participação popular pode ser vista nos discursos. Ao longo do ato quem desejava falar teve este direito assegurado, pois o carro de som, de forma ímpar, esteve aberto a todos. Na passeata os principais gritos eram "Fascistas, Golpistas, não passarão!", " Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar".

Houve muito repúdio a PM, identificada corretamente como uma sobrevivência da ditadura. Casos como o do pedreiro Amarildo, desaparecido após uma operação da PM na favela Rocinha em 2013 e de Claúdia, morta após ser arrastada por uma viatura policial, foram citados com frequência. No entanto, não houve qualquer incidente significativo durante a passeata.

"Não passarão!"

Além disso, é preciso destacar a importância desta manifestação que fez um contraponto aos golpistas. Se ela não tivesse existido, o dia 22 teria sido marcado pela manifestação da direita que, em São Paulo, reuniu algo em torno de 500 pessoas. Neste sentido, a "Marcha Anti-Golpe" serviu para fortalecer a esquerda e mostrar que haverá resistência caso os golpistas tentem levantar ainda mais a cabeça. O que ocorreria caso os golpistas tivessem saído às ruas e não houvesse "Marcha Anti-Golpe" ontem? A direita certamente se sentiria fortalecida e mais segura para novas iniciativas.

Ouça também: Central Autônoma 24: Marcha Antifascista

Por isso, os acontecimentos do dia 22 de março mostram que há um crescimento da consciência sobre o problema do golpismo no Brasil. Em junho, a direita tentou por meio da imprensa capitalista e da mobilização de grupos fascistas sequestrar os atos contra o aumento da passagem, convertendo-os em "marchas cívicas" contra a PEC-37, pela punição dos "mensaleiros" etc. Por isso, no dia 20 de junho houve um confronto entre a esquerda e direita na Avenida Paulista. Na ocasião houve uma tentativa de articulação da esquerda para combater a ação violenta dos fascistas. Se compararmos os acontecimentos daquela ocasião com os de ontem, observamos que a esquerda está mais organizada para resistir às ações deste tipo.

Por fim, a manifestação da esquerda mostrou que é preciso combater a política pró-golpe desde já. Se neste momento a direita golpista é fraca, isto apenas reforça a necessidade de enfrenta-la, afinal, uma das tarefas seria justamente impedir o seu crescimento. Aguardar que a política golpista se converta em uma ameaça real de golpe de Estado para começar tal combate é, na melhor das hipóteses uma infantilidade de quem é incapaz de reconhecer os perigos de uma situação como esta. Pior que isso, tal posição representaria uma atitude de capitulação diante do golpismo.

Neste dia 22, os participantes da Marcha da esquerda colocaram isto em prática. Opuseram resistência ao crescimento do golpismo e foram bem sucedidos. Agora é preciso fortalecer esta política de formar uma Frente Única contra o golpismo. Ganhar mais adesões, principalmente entre a classe operária e, assim, impor uma derrota definitiva ao golpismo e o fascismo.

 


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