Já estão sendo feitos, em São Borja, município gaúcho, os preparativos para a exumação do corpo do ex-presidente João Goulart (1919-1976). O município é cidade natal de Goulart que está enterrado no Cemitério Jardim da Paz. João Goulart foi deposto pelos militares em 1964 e há suspeitas sobre o motivo de sua morte.
Representantes do governo e da família do ex-presidente estão discutindo com as autoridades locais para realizar a remoção dos restos mortais para a perícia.
Representantes da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e da Polícia Federal, que irá coordenar todo o trabalho técnico-pericial, foram ao local averiguar as condições do jazigo e do entorno para, a partir disso, iniciarem estudos de logística que garantam a remoção e transporte seguros do caixão para o Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. A expectativa é que todo o procedimento seja concluído até o final deste ano.
Representantes da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e da Polícia Federal, que irá coordenar todo o trabalho técnico-pericial, foram ao local averiguar as condições do jazigo para iniciarem estudos de logística que garantam a remoção e transporte do caixão para o Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília.
Há suspeitas de que Jango foi envenenado. Ele ficou exilado no Uruguai e Argentina após o golpe militar de 1964. Há provas de que Jango foi mantido sob pressão e monitorado durante o exílio.
A exumação tem como objetivo apurar os indícios de que o ex-presidente tenha sido morto por envenenamento, e não por uma “doença” como foi descrito de maneira sucinta no atestado de óbito que foi lavrado na Argentina, em 1976. O corpo de Jango não passou por autópsia nem na Argentina e nem no Brasil.
João Goulart morreu subitamente na madrugada de 6 de dezembro. Estava na casa de sua fazenda em Mercedes, na Argentina, em companhia da mulher, Maria Teresa. Por volta de 1 hora, ele tomou remédios como fazia todos os dias. Estes eram importados por ele de um laboratório na França. Em menos de duas horas, teve uma crise cardiorrespiratória aguda e morreu em seguida.
Segundo o advogado e neto de Jango , Christopher Goulart, “achamos que a exumação faz parte de um conjunto de ações para esclarecer a vida e a morte de Jango no exílio. E não só dele, mas de outras vítimas das ditaduras do Cone Sul”.
Peritos internacionais vão participar das análises sendo eles especialistas do Uruguai e da Argentina. A família de Jango também requisitou a presença de peritos cubanos.