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290413 latuff-ditaduraBrasil - PCO - A execução de Robson deu origem a um protesto que acabou culminando na formação do Movimento Negro Unificado.


No dia 18 de junho de 1978, o trabalhador negro Robson Silveira da Luz, foi falsamente acusado de roubar frutas na feira, preso e levado para o 44º Departamento de Polícia de Guaianazes, na zona Leste de São Paulo, sob a responsabilidade do delegado Alberto Abdalla.

Ele tinha 27 anos, foi torturado pelos policiais e acabou morrendo, tendo sido considerada sua data de morte aos 28 de abril de 78. Semanas depois quatro garotos também paulistanos e negros, foram impedidos de entrar no Clube de Regatas Tietê.

A imprensa burguesa encobriu completamente os casos. Contudo, um jornal da imprensa negra, o Versus, fez uma cobertura considerável do acontecido. Assim, mesmo sendo durante o regime militar, cerca de duas mil pessoas protestaram contra o crime e o racismo em frente ao Teatro Municipal de São Paulo.

Esses fatos acabaram por fomentar o nascimento do Movimento Negro Unificado (MNU), uma das organizações mais conhecidas de combate ao racismo do Brasil. Os assassinos de Robson nunca foram presos, embora tenham sido identificados.

Mesmo em decadência à época, o regime militar estava no encalço dos movimentos populares e da esquerda brasileira em geral, tendo produzido uma nota sobre esse protesto no Teatro Municipal:

“‘Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial’, integrado por vários grupos, cujos objetivos principais anunciados são: denunciar, permanentemente, todo tipo de racismo e organizar a comunidade negra. Embora não seja, ainda, um ‘movimento de massa’, os dados disponíveis caracterizam a existência de uma campanha para estimular antagonismos raciais no País e que, paralelamente, revela tendências ideológicas de esquerda. Convém assinalar que a presença no Brasil de Abdias do Nascimento, professor em Nova Iorque, conhecido racista negro, ligado aos movimentos de libertação na África, contribuiu, por certo, para a instalação do já citado ‘Movimento Unificado’”.

Este relatório pode ser consultado no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), no chamado Arquivo Ernesto Geisel.

O interessante deste documento da ditadura é que os argumentos apresentados pelo Serviço Nacional de Informações se encaixam perfeitamente no que é apresentado pela a atual extrema-direita brasileira (DEM, PSDB, etc.), como pode ser visto no debate de cotas raciais, por exemplo.

Por outro lado, o método usado pela polícia na época da Ditadura Militar é o mesmo método usado pelas polícias de hoje, de tortura, desaparecimento de corpos e policiais impunes.

Direito à organização política

Toda organização de negros que reivindica direitos democráticos é atacada pela direita, até mesmo em nível mundial, por ser “racista ao contrário”, propondo “a ‘racialização’ do país”.

Esse é uma típica armadilha para colocar a população negra na defensiva e para os negros não se organizarem de maneira independente.

É uma tática para acusar o negro de racismo quando ele luta por seus direitos, e deve ser denunciada constantemente.


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