O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na noite deste sábado, que o líder da oposição, o governador do Estado de Miranda Henrique Capriles, tem realizado reuniões secretas com grupos paramilitares colombianos e banqueiros fugitivos em Miami, entre outros dirigentes norte-americanos influentes, com o objetivo de desestabilizar o atual governo.
“Esse senhor vive viajando ao exterior, reunindo-se. Ele abandonou o Estado de Miranda para conspirar”, afirmou. “Em Miami ele já se reuniu e continuará a fazê-lo amanhã com setores que estão conspirando contra a economia do país, banqueiros fugitivos a quem pediu dinheiro”.
Além disso, Maduro diz que Capriles deverá falar como a subsecretária de Estados dos EUA, Roberta Jackson, além de ter conversado com o diplomata e conselheiro político conservador Roger Noriega (que já acusou o país de ter recebido ajuda do Irã para iniciar um programa secreto de desenvolvimento nuclear) e Otto Reich (ex-embaixador dos EUA na Venezuela e ex-subsecretário de Estado na época da tentativa de golpe contra o presidente Hugo Chávez em 2002, quando manifestou apoio aos golpistas). “Todos dessa ala republicana que faz o trabalho sujo o imperialismo norte-americano na América Latina”, definiu o vice-presidente, que acredita que o objetivo das visitas seria obter apoio financeiro e político para a oposição.
Capriles foi derrotado por Hugo Chávez na última eleição presidencial, realizada em 7 de outubro do ano passado, por uma diferença de cerca de dez pontos percentuais. No entanto, semanas depois, venceu o atual ministro de Relações Exteriores, Elías Jaua, na eleição para governador do Estado de Miranda. Documentos recentes vazados pelo Wikileaks revelaram que Capriles se reuniu no passado com o grupo norte-americano de espionagem Stratfor, em um esforço dos EUA para unir a oposição venezuelana nas eleições de 2012.
Chávez, por sua vez, precisou viajar para Cuba para tratar da reincidência de um câncer na região pélvica. Mesmo tendo retornado à Venezuela no mês passado, ele ainda não conseguiu tomar posse oficialmente, pois se encontra internado no Hospital Militar de Caracas, por complicações respiratórias e em fase de quimioterapia. Maduro, no entanto, assegura que o presidente consegue exercer suas funções e acompanha os assuntos relativos ao seu cargo diariamente.